O Alzheimer é uma doença que ataca o cérebro de forma progressiva, levando a um comprometimento grave de autonomia do paciente. Encontrar um tratamento para reverter a condição ou diminuir seu impacto é um dos desafios da medicina moderna. Um dos caminhos pesquisados passa pela alimentação.
Estudo publicado em 18 de maio na revista especializada Alzheimer’s & Dementia aponta que frutas ricas em urolitina-A são capazes de ajudar o corpo a remover células danificadas, evitando o acúmulo de proteínas tóxicas que já foram relacionadas ao declínio cognitivo.
Algumas das frutas mais ricas em urolitina-A são a romã, o morango, a framboesa e a amora. Algumas oleaginosas, como as castanhas e as nozes, também contém a substância em sua composição.
Como as frutas agem evitando a progressão do Alzheimer?
Segundo os autores do estudo, a urolitina-A atua como uma espécie de fiscal da limpeza no cérebro, sinalizando ao organismo onde estão os depósitos de proteínas que precisam ser descartados.
“Muitos pacientes com doenças neurodegenerativas têm dificuldade em remover mitocôndrias danificadas do cérebro, que se acumulam e afetam a função cerebral. Se você conseguir estimular o processo de mitofagia, removendo as mitocôndrias fracas, verá resultados muito positivos”, explicou o bioquímico Wilhelm Bohr, da Universidade de Copenhague, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores comprovaram o impacto da urolitina-A ao testá-la com ratos que tinham sido induzidos aos sintomas do Alzheimer. Após serem alimentados com suplementos da substância conseguiram melhorar o desempenho em testes de aprendizagem, memória e olfato.
Apesar do estudo ter sido feito em camundongos, os pesquisadores acreditam que os mesmos efeitos seriam alcançados em humanos. “Ainda não podemos dizer nada conclusivo sobre a dosagem. Mas imagino que seja mais do que uma romã por dia para um adulto. Porém, a substância já está disponível em forma de comprimido e atualmente estamos tentando encontrar a dosagem certa”, conclui Bohr.

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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença
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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida
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