Se você não é muito de praticar atividades físicas, dois estudos científicos fresquinhos apontaram motivos para você se movimentar. Um levantamento publicado na terça-feira (5/3) indicou que cada passo que uma pessoa sedentária dá pode ajudar a reduzir o seu risco de morte.
De acordo com o estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, divulgado no British Journal of Sports Medicine, independente de quanto tempo alguém passa sentado, cada passo adicional até chegar a 10 mil ao dia reduz o risco de morte e de doenças cardiovasculares graves.
A pesquisa é a primeira a indicar porcentagens de redução do risco de morte a partir da caminhada, única e exclusivamente. O levantamento foi feito com 72.174 voluntários que tiveram sua caminhada diária monitorada usando uma pulseira eletrônica por sete dias e depois tiveram os dados comparados com seus históricos de saúde.
Quantos passos foram considerados ideais?
Os autores calcularam que a quantidade ideal de passos a andar por dia para neutralizar o elevado tempo sedentário (acima de 10h diárias) era entre 9 a 10 mil passos ao dia. As pessoas que se encaixavam nesse grupo conseguiram reduzir o risco de morte por qualquer causa em 39% e a chance de ocorrência de doença cardíaca grave em 21% ao se exercitar.
Qualquer quantidade de passos diários acima dos 2,2 mil já bastou para reduzir em partes o risco de mortalidade até chegar ao número ideal de aproveitamento, perto dos 9 mil.
Para conseguir metade do benefício (cerca de 20% menos risco de morte e 10% de chance de ter doenças cardíacas), os pesquisadores descobriram que eram necessários de 4 a 4,5 mil passos ao dia.
“Esses resultados mostram que as pessoas podem e devem tentar compensar as consequências para a saúde do inevitável tempo que passam paradas, trabalhando sentadas, por exemplo, e que isso pode ser feito aumentando a sua contagem diária de passos”, indica o cardiologista Matthew Ahmadi, autor principal do estudo, em entrevista ao site da Universidade de Sidney.
Como foi feito o cálculo?
As pulseiras inteligentes ajudaram os pesquisadores a mensurar o tempo em que as pessoas se movimentaram ou ficaram paradas. A média diária dos participantes foi de 6,2 mil passos.
O grupo com menor quantidade de passos, 2,2 mil, e o tempo médio sedentário de 10h foi tomado como referência para a pesquisa. Todos que ficaram parados acima disso foram considerados altamente sedentários.
Nos sete anos seguintes à pesquisa, ocorreram 1,6 mil mortes e 6,1 mil participantes descobriram que tinham novas doenças cardíacas.

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Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, se exercitar ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente
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De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias
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Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga também são indicadas para fortalecer ossos e músculos
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Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, também auxilia no aumento da energia, melhora o humor e o sono
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Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por ao menos meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes
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A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural. Ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida
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Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor
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Atividade física também reduz o risco de AVC
Uma outra pesquisa, divulgada no BMJ Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry em 5/3, indicou que o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) também diminui quando colocamos o corpo em movimento.
Uma revisão de mais de 3 mil artigos publicados sobre o tema feita por pesquisadores da Universidade de L’Aquila, na Itália, indicou que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 150 minutos de atividade moderada por semana, levou a uma queda no risco de AVC entre 18% a 29% ao comparar com dados de pessoas sedentárias.
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