Estudo explica por que risco de câncer diminui com idade mais avançada Ouvir 23 de dezembro de 2024 Cientistas descobriram por que o risco de ter câncer diminui à medida que envelhecemos. Em estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), dos Estados Unidos, apontam uma relação entre envelhecimento, câncer e metabolismo do ferro. Em geral, a prevalência do câncer aumenta com o passar dos anos, após décadas de exposição a fatores de risco — como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, exposição ao sol e obesidade —, devido ao acúmulo de mutações genéticas em nosso organismo. Mas, após os 80 anos, a incidência de câncer cai novamente. “Nossa pesquisa ajuda a mostrar por que isso acontece. Células envelhecidas perdem sua capacidade de renovação e, portanto, de crescimento descontrolado que acontece no câncer”, disse a principal autora do estudo, Xueqian Zhuang, em comunicado à imprensa. 9 imagens Fechar modal. 1 de 9 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação boonchai wedmakawand 2 de 9 Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença Phynart Studio/ Getty Images 3 de 9 A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc. Flashpop/ Getty Images 4 de 9 Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago FG Trade/ Getty Images 5 de 9 A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão South_agency/ Getty Images 6 de 9 Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido Peter Dazeley/ Getty Images 7 de 9 A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados RealPeopleGroup/ Getty Images 8 de 9 Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos ljubaphoto/ Getty Images 9 de 9 Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago DjelicS/ Getty Images Relação do ferro com o câncer Para investigar por que a incidência de câncer atinge um pico nos primeiros anos da terceira idade e depois começa a diminuir, a equipe do MSK se debruçou sobre uma pesquisa com camundongos geneticamente modificados, com câncer de pulmão. Assim, foi possível fazer o rastreamento do comportamento das células-tronco alveolares tipo 2 (AT2). Essas células são cruciais para a regeneração pulmonar e também são onde muitos cânceres de pulmão começam. Os pesquisadores descobriram que, à medida que os ratos envelhecem, eles ficam com níveis mais altos de uma proteína chamada NUPR1. Essa proteína faz com que as células funcionem como se tivessem deficiência de ferro, mesmo que os animais apresentem níveis normais ou até elevados do mineral. Esse cenário atrapalha a regeneração celular, o que restringe o crescimento tanto das células saudáveis quanto dos tumores cancerígenos. “Na verdade, as células envelhecidas têm mais ferro, mas, por razões que ainda não entendemos completamente, elas funcionam como se não tivessem o suficiente”, diz Zhuang. O mesmo processo foi observado em células humanas. Níveis mais altos de NUPR1 levam a uma queda na quantidade de ferro disponível para as células. Quando o nível de NUPR1 foi artificialmente reduzido ou o ferro foi aumentado, a capacidade de crescimento celular foi impulsionada novamente. Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos com foco no metabolismo do ferro, especialmente em pessoas mais velhas. “O que nossos dados sugerem em termos de prevenção do câncer é que os eventos que ocorrem quando somos jovens são provavelmente muito mais perigosos do que os eventos que ocorrem mais tarde. Portanto, impedir que os jovens fumem, bronzeiem-se ou tenham outras exposições cancerígenas óbvias é provavelmente ainda mais importante do que pensávamos”, disse o biólogo Tuomas Tammela, em comunicado à imprensa. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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