Primeira cirurgia robótica de redesignação sexual é feita no Brasil Ouvir 23 de dezembro de 2024 Uma paciente de 31 anos é a primeira no país a passar por uma cirurgia de redesignação sexual utilizando técnica robótica. O procedimento foi realizado no Hospital Santa Isabel, em Blumenau, Santa Catarina, no dia 10 de dezembro. A cirurgia foi conduzida pelo cirurgião José Carlos Martins Junior, especialista em intervenções para a transição de gênero. O procedimento contou com auxílio da cirurgiã Karina Mandeli e do cirurgião abdominal Rinaldo Danesi, especialista em cirurgia robótica. O uso da robótica oferece uma alternativa menos invasiva e mais precisa para o procedimento de redesignação sexual, especialmente para casos em que há falta de pele suficiente para a construção da vagina ou para corrigir sequelas de cirurgias anteriores mal sucedidas. Cirurgia com técnica robótica Em entrevista ao Metrópoles, o cirurgião Martins Junior explicou que a principal técnica utilizada atualmente para a redesignação genital de mulheres trans é a inversão peniana. Nesse procedimento, a pele do pênis e da bolsa escrotal é utilizada para a construção da vagina e do canal vaginal. No entanto, apesar de ser amplamente eficaz, a técnica pode não ser adequada para todas as pacientes. “A inversão peniana é a técnica padrão, e pode funcionar bem em muitas situações, trazendo bons resultados estéticos e funcionais. No entanto, ela não é indicada para todas. Por exemplo, em mulheres trans que iniciam a transição ainda na adolescência, a falta de crescimento adequado da pele genital pode comprometer a eficácia do procedimento”, explica. Para esses casos, a cirurgia robótica é considerada uma boa opção. Em vez de utilizar a pele do órgão genital para a construção da vagina, o procedimento utiliza o peritônio, uma membrana fina e resistente que envolve a cavidade abdominal. “A grande vantagem da técnica robótica é a precisão. Nós conseguimos trabalhar em áreas muito delicadas, ao mesmo tempo, de forma muito mais exata. O robô nos dá uma visão ampliada e permite movimentos muito mais controlados, minimizando o risco de complicações e aumentando a precisão, o que acelera o tempo de recuperação do paciente”, detalha o cirurgião. A cirurgia teve a duração de cinco horas e foi um sucesso. A paciente se encontra em boa recuperação, sem apresentar queixas pós-operatórias. “É uma cirurgia que fazemos com certa rapidez. Uma inversão peniana tradicional leva cerca de três horas, enquanto a cirurgia robótica dura cinco. Mesmo assim, a recuperação da paciente é muito boa, e ela geralmente fica apenas três dias internada, o mesmo tempo que na inversão peniana”, explica Martins Junior. Apesar dos avanços, a técnica robótica ainda enfrenta um obstáculo: o custo elevado. O médico destaca que a cirurgia robótica custa 50% mais do que o procedimento tradicional de inversão peniana, devido ao uso de tecnologia de ponta e à necessidade de mais profissionais durante a operação. Uma cirurgia de redesignação do órgão sexual custa em torno de R$ 70 mil. “Estamos começando a ver convênios médicos liberando a cobertura para esse tipo de procedimento, e isso é um grande passo para garantir que mais pessoas possam ter acesso à opção”, afirma. No caso da paciente que passou pela cirurgia no Hospital Santa Isabel, o procedimento foi coberto por um convênio médico, com a devida justificativa técnica. Leia também Distrito Federal Plano de saúde do GDF deixa de cobrir cirurgia de redesignação sexual Fábia Oliveira Saiba como foi a cirurgia de redesignação sexual de Glamour Garcia Fábia Oliveira “Vivendo um sonho”, define Gabriela Loran após redesignação sexual Celebridades Matheus Mazzafera fala pela 1ª vez após rumores de redesignação sexual Técnica não é indicada para todos os pacientes Embora a técnica robótica seja vantajosa, a inversão peniana continua sendo a escolha primária para a maioria dos casos, já que oferece bons resultados estéticos e funcionais e é considerada mais segura. “É uma cirurgia para casos específicos, não uma tendência da moda. A inversão peniana continua sendo a melhor opção para a maioria das mulheres trans. Mas a robótica é uma alternativa importante para casos complicados e, com o tempo, a tecnologia se tornará mais acessível, ajudando muitas pacientes”, conclui. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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