Retratudida: saiba sobre remédio com resultado semelhante à bariátrica Ouvir 12 de setembro de 2023 Um remédio da farmacêutica Eli Lilly que ainda está em fase de testes surge como nova promessa no tratamento da obesidade, condição que é uma epidemia no mundo. Em ensaios clínicos, a medicação, administrada de maneira injetável, apresentou resultados melhores que o Ozempic e o Wegovy e semelhantes aos de uma cirurgia bariátrica. O princípio ativo do remédio é a molécula retatrutida, que vem sendo chamada no meio médico de “molécula 3G”. Ela é capaz de imitar três hormônios relacionados à saciedade: o GLP 1, o GIP e o glucagon. Fabricados pelo Novo Nordisk, o Ozempic e o Wegovy usam a molécula semaglutida como princípio ativo, que mimetiza os hormônios GLP-1 e GIP. Leia também Saúde Ozempic 2.0: novos remédios prometem perda de peso mais eficiente Saúde Novo remédio promete resultado melhor que Ozempic e semelhante à bariátrica Saúde Remédio promessa contra obesidade é autorizado no Reino Unido Saúde Como o Brasil se transformou em um país de pessoas gordas Na prática, GLP 1 e GIP estimulam a produção de insulina no pâncreas, o que regula o açúcar no sangue e, paralelamente, promove a sensação de saciedade. Também produzido pelo pâncreas, o glucagon tem efeito contrário à insulina, mas ajuda na quebra de células de gordura, favorecendo o metabolismo do corpo. O avanço da nova medicação é a combinação dos três efeitos. “Enquanto a GIP melhora a forma como o corpo decompõe o açúcar, o glucagon pode reduzir o apetite e ajudar o metabolismo a funcionar com mais eficiência. Isso poderia explicar porque os resultados dos estudos com a retatrutida foram mais eficazes em produzir uma perda de peso maior”, explica a médica Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Estudos complementares A pesquisas sobre a retratutida foram publicadas em junho. Artigo no The New England Journal of Medicine relatou os resultados de um ensaio clínico com 338 pacientes obesos. Eles receberam uma dose semanal de retatrutida durante 11 meses e perderam uma média de 23 quilos cada. Todos os voluntários emagreceram ao menos 5% do peso corporal, sendo que 1/4 deles emagreceu 30% do peso inicial. Outro ensaio doi divulgado na revista científica The Lancet no mesmo período. Pacientes que possuem diabetes tipo 2 conseguiram controlar a doença e perder cerca de 17% do peso corporal em nove meses. Antes de chegar ao mercado, o remédio passará por uma nova fase de testes, com previsão de conclusão em 2026. ***glicose-e-por-que-aumenta (6) A glicose é um carboidrato e é utilizada pelas células como principal fonte de energia iStock ***glicose-e-por-que-aumenta (6) No corpo humano, a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, é quem controla a quantidade de glicose no sangue após a alimentação iStock ***glicose-e-por-que-aumenta (6) Sem esse hormônio, as células não conseguem absorver a glicose e, consequentemente, não têm energia para um bom funcionamento. O resultado da “pane” é o aumento do nível de açúcar no sangue Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil ***glicose-e-por-que-aumenta (6) A glicose alta, também conhecida por hiperglicemia, acontece quando a taxa de açúcar no sangue está acima de 100 mg/dL Getty Images ***glicose-e-por-que-aumenta (6) Se ocorre com frequência, o quadro pode levar a problemas de saúde Breno Esaki/ Agência Saúde ***glicose-e-por-que-aumenta (6) Alguns sintomas podem ajudar a identificar a glicose alta, como, por exemplo, visão turva, sede excessiva, dores de cabeça, vontade frequente de urinar, cansaço e sonolência iStock ***glicose-e-por-que-aumenta (6) A glicose frequentemente alta e sem tratamento pode evoluir para diabetes Breno Esaki/ Agência Saúde ***glicose-e-por-que-aumenta (6) No entanto, em fase inicial, o problema pode ser controlado por meio de hábitos alimentares saudáveis e da prática de exercícios físicos iStock ***glicose-e-por-que-aumenta (6) Alguns alimentos, como grãos integrais, legumes, frutas, carnes magras, leites e derivados podem ajudar a baixar o excesso de açúcar no sangue iStock Voltar Progredir 0 Remédios contra a obesidade ]A obesidade é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. O tratamento fundamenta-se em intervenções para modificação do estilo de vida, realização de dieta, aumento da frequência de atividades físicas e mudanças comportamentais. No entanto, o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto. “Os novos medicamentos são aliados importantes, pois promovem resultados que, junto com a mudança do estilo de vida, dão esperança ao paciente”, completa Marcella Garcez. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Notícias
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