Técnica com IA melhora caminhada de pessoas com Parkinson, diz estudo Ouvir 24 de julho de 2025 Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, desenvolveram um método para melhorar a capacidade de caminhada de pessoas com Parkinson. A técnica combina estimulação cerebral profunda com algoritmos de inteligência artificial para personalizar o tratamento. Alterações na caminhada são comuns na progressão do Parkinson. A marcha parkinsoniana inclui passos curtos, lentidão e assimetria entre as pernas, o que aumenta o risco de quedas e reduz a autonomia do paciente. Leia também Celebridades Ozzy Osbourne teve Parkinson e complicações de saúde antes de morrer Saúde Cães detectam Parkinson pelo cheiro da pele anos antes dos sintomas Saúde Remédio comum para tosse pode retardar demência causada pelo Parkinson Saúde Estudo revela que Parkinson pode não começar no cérebro O estudo avaliou como diferentes configurações de estimulação elétrica no cérebro influenciam o desempenho motor. O trabalho permitiu prever quais ajustes melhoram a caminhada sem agravar outros sintomas da doença. A equipe desenvolveu um índice de desempenho da caminhada com base em medidas como comprimento do passo, amplitude do movimento dos braços e estabilidade dos passos. O sistema avaliou dados em tempo real durante testes de caminhada. As descobertas foram publicadas na revista npj Parkinson’s Disease, em 28 de junho. O que é o Parkinson? O Parkinson é uma doença crônica e progressiva causada pela neurodegeneração das células do cérebro. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas no mundo tenham Parkinson. A ocorrência é mais comum entre idosos com mais de 65 anos, mas também pode se manifestar em outras idades. A doença atinge principalmente as funções motoras, causando sintomas como: lentidão dos movimentos, rigidez muscular e tremores. Os pacientes também podem ter: diminuição do olfato, alterações do sono, mudanças de humor, incontinência ou urgência urinária, dor no corpo e fadiga. Cerca de 30% das pessoas que vivem com Parkinson desenvolvem demência por associação. Tecnologia mede a resposta para caminhada Para os testes, três participantes usaram dispositivos implantados que estimulam e monitoram a atividade elétrica no cérebro. Eles caminharam por um circuito de seis metros enquanto os aparelhos ajustavam os estímulos e registravam os efeitos. Os pesquisadores utilizaram um modelo computacional que previu as combinações de estímulo mais eficazes para melhorar os movimentos dos pacientes. As melhores respostas motoras estavam ligadas à redução da atividade beta no globo pálido, área do cérebro associada ao controle muscular. Esse padrão foi observado em momentos específicos do ciclo da marcha. Padrões cerebrais orientam tratamentos A estimulação cerebral profunda é usada há décadas para reduzir tremores e rigidez em pacientes com Parkinson. No entanto, seus efeitos sobre a marcha têm sido menos consistentes e difíceis de prever. Os efeitos variam entre pacientes e dependem da configuração aplicada. A ausência de métricas padronizadas para avaliar a marcha dificulta ajustes precisos. O novo índice criado pelo grupo da UCSF busca preencher essa lacuna, oferecendo base objetiva para decisões clínicas. Segundo os autores, a chave está em tratar cada caso de forma individual. “Conseguimos identificar combinações personalizadas de estímulo que aumentam o desempenho motor com base na atividade neural de cada pessoa”, afirmou Hamid Fekri Azgomi, coautor do estudo, em comunicado à imprensa. 7 imagensFechar modal.1 de 7 Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images2 de 7 Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular Elizabeth Fernandez/ Getty Images3 de 7 Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura izusek/ Getty Images4 de 7 Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono SimpleImages/ Getty Images5 de 7 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos Ilya Ginzburg / EyeEm/ Getty Images6 de 7 Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida Visoot Uthairam/ Getty Images7 de 7 O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro Andriy Onufriyenko/ Getty Images Modelos podem prever resposta ao estímulo O uso de aprendizado de máquina permitiu aos pesquisadores prever o efeito de cada configuração de estímulo antes de aplicá-la. Com isso, evitaram ajustes que não trariam ganhos reais de mobilidade. Os próximos passos da equipe incluem a integração do índice de desempenho com softwares de programação da estimulação cerebral, bem como ampliar os testes com mais pacientes em fases diferentes da doença. A ideia é criar ferramentas automáticas para otimizar o tratamento. A equipe da UCSF considera que as descobertas representam um avanço para o cuidado de doenças neurológicas. “É um passo importante para tratamentos personalizados que realmente façam diferença na vida das pessoas”, conclui Azgomi. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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