Criança asmática de 12 anos fica em coma devido ao uso de vape Ouvir 10 de outubro de 2023 Uma criança de 12 anos ficou em coma após usar vape, em Belfast, na Irlanda do Norte. Sua mãe, Mary Griffin, desabafou sobre o medo de perder a filha e alertou outros pais sobre os perigos relacionados aos cigarros eletrônicos. Sarah já sofria de asma e, ao contrair uma infecção respiratória, quase morreu. Ela foi levada às pressas para o pronto-socorro da cidade e, lá os médicos ficaram preocupados com os baixos níveis de oxigênio no corpo dela. A decisão da equipe foi encaminhá-la imediatamente para a terapia intensiva. Leia também Guilherme Amado Troca na Anvisa deve atrasar processo sobre cigarro eletrônico Saúde Língua de vape: cigarro eletrônico pode afetar paladar, diz dentista Saúde Cigarro eletrônico é 22 vezes mais tóxico dentro do carro. Entenda Guilherme Amado O próximo passo para a Anvisa regular cigarros eletrônicos O caso da criança foi divulgado, no último domingo (9/10), no Chest Heart & Stroke’s, um site irlandes que oferece informações sobre saúde. Sarah foi mantida em coma induzido, no hospital Royal Victoria, por três dias enquanto lutava contra a infecção. Segundo Mary, os médicos atribuíram a fraqueza no pulmão da filha ao uso do cigarro eletrônico. “Os médicos explicaram que, se Sarah não fosse usuária de vape, sua capacidade de combater a infecção teria sido maior”, destacou a mãe para o Chest Heart & Stroke’s. Ela acrescenta que caso tivessem demorado mais para chegar ao hospital, Sarah poderia não ter sobrevivido. Sintomas Os primeiros sintomas de Sarah começaram com uma tosse comum, que seus pais inicialmente atribuíram à asma. A mãe tentou controlar a situação fazendo nebulizações na criança, mas a respiração continuou ruim. Após apresentar tosse, Sarah tentou remediar com nebulização, mas não foi suficiente “A tosse dela não parecia diferente do normal. Naquela manhã, quando estava levando meus outros dois filhos para a escola, Sarah me ligou para pedir que eu voltasse, pois ela não se sentia bem e estava com medo”, conta a mãe. Foi quando as duas decidiram ir ao hospital. Os médicos realizaram uma radiografia dos pulmões de Sarah, que evidenciaram graves danos. “Minha filha também estava enfrentando uma infecção, e todos esses fatores tiveram um impacto devastador no corpo dela em um curto período de tempo”, lembra Mary. Respiração assistida “Havia tubos, fios e máquinas por toda parte – foi angustiante vê-la assim. Como mãe, me senti completamente impotente. Era um pesadelo que havia se tornado realidade”, desabafa a mãe. Após três angustiantes dias, os médicos finalmente se sentiram seguros para retirar Sarah do coma induzido. Segundo Fidelma Carter, chefe de saúde pública do Chest Heart & Stroke da Irlanda do Norte, o maior equívoco sobre os vaporizadores é a crença de que eles são inofensivos em comparação com os cigarros tradicionais. Os médicos disseram para a mãe que o estado de Sarah era grave devido aos baixos níveis de oxigênio “Isso não é verdade e é essencial que essa mensagem seja alterada para evitar que os jovens adotem o hábito de vaporizar, achando que não correm riscos”, afirma Fidelma. Ela acrescentou que as implicações de longo prazo para a saúde relacionadas ao uso de cigarros eletrônicos ainda são desconhecidas, assim como eram com o tabaco. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1) Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta Martina Paraninfi/Getty Images ****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-3.jpg Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil Leonardo De La Cuesta/Getty Images ****Foto-cigarro-eletronico-2.jpg No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários Dirk Kruse / EyeEm/Getty Images *****Foto-cigarro-e-cigarro-comumeletronico-1.jpg Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) Martina Paraninfi/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-9.jpg Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina Yana Iskayeva/Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-4.jpg Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena Shahril Affandi Khairuddin / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-1.jpg Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina sestovic/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-6.jpg Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões RyanJLane/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-8.jpg O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-4.jpg O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer Diego Cervo / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-2.jpg Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer hocus-focus/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-5.jpg Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo HEX/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-7.jpg Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-3.jpg As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha Daniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images Voltar Progredir 0 Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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