Resveratrol e Hipertensão: Entenda como o composto natural pode auxilar Ouvir 10 de outubro de 2023 As doenças cardiovasculares (DCV) representam a primeira causa de mortalidade do mundo ocidental. Dessa forma, particular atenção tem sido dada a elas pela ciência. Esse é um termo usado para designar diversas patologias que podem afetar o coração e vasos sanguíneos, incluindo a aterosclerose, hipertensão, acidente vascular cerebral, doenças cardíacas isquêmicas e insuficiência cardíaca. Dentre elas, a hipertensão é um fator de risco cardiovascular significativo observado através de estudos epidemiológicos, representa a principal causa de morte, na população geral afeta de 30%-45% das pessoas. Nesse sentido, nutracêuticos vêm sendo investigados para a prevenção e tratamento coadjuvante das DCV. Um desses compostos naturais é o resveratrol (RES) e tem demonstrado efeitos pré-clínicos e clínicos potenciais para este fim [1]. Potencial Efeito Antihipertensivo do Resveratrol A ingestão de RES demonstrou efeitos na diminuição da pressão arterial quando ingerido em altas doses (≥150 mg/dia). Esses dados foram observados em meta-análise que utilizou 6 estudos randomizados e controlados (247 indivíduos) [2]. Outro estudo avaliou a reatividade vascular (artéria tireóidea superior) ao resveratrol em pacientes com dislipidemia e hipertensão. Foi observado que o RES melhorou a disfunção vascular e induziu vaso relaxamento através da modulação do metabolismo de óxido nítrico (ON) pelo aumento da atividade da ON sintase endotelial e diminuição do estresse oxidativo. Este último pode ser devido ao aumento da expressão de superóxido dismutase através de Nr-f2 (fator 2 relacionado ao fator nuclear eritróide 2). De maneira interessante, as mesmas avaliações foram conduzidas em artérias de pacientes sem doenças correlatas e não foram observadas alterações. Indicando que o resveratrol pode reduzir disfunções fisiopatológicas precoces (disfunção endotelial) observadas na maioria das DCV [3]. Corroborando com esses dados, a suplementação de RES (100 mg/dia, durante 12 semanas) foi capaz de diminuir a rigidez endotelial e melhorar a pressão arterial sistólica em indivíduos com diabetes mellitus do tipo II [4]. Já indivíduos com obesidade suplementados com RES (75 mg/dia, durante 6 semanas) demonstraram melhora da função endotelial, porém sem resultados na pressão arterial [5]. Adicionalmente, pacientes com hipertensão que ingeriram uma dose aguda de RES (300 mg) também apresentaram melhora na função endotelial [6]. Potencial Efeito Antiaterosclerótico do Resveratrol Devido ao envolvimento dos lipídios, principalmente de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) na fisiopatologia da aterosclerose, o efeito positivo do resveratrol nesses parâmetros pode ser interessante. Estudos pré-clínicos observaram melhora do perfil lipídico com a suplementação de RES, com diminuição significativa de triglicerídeos plasmáticos e níveis de colesterol LDL, e aumento de colesterol HDL [1]. Pacientes com diabetes mellitus do tipo II tratados com RES (250 mg/dia, durante 3 meses) apresentaram diminuição significativa do colesterol total, hemoglobina glicada e pressão arterial sistólica [7]. Obesos também apresentaram melhora de parâmetros metabólicos (triglicerídeos e inflamação sistêmica avaliada através dos marcadores IL-6 e TNF-α) com a ingestão de RES (150 mg/dia, durante 30 dias). Foi observado que vários genes correlatos à fosforilação oxidativa mitocondrial foram reguladas positivamente, enquanto genes relacionados à inflamação foram regulados negativamente após a suplementação. Além disso, pacientes após infarto do miocárdio receberam 10 mg de RES durante 3 meses. Após o tratamento, houve diminuição significativa do LDL colesterol e melhora da função endotelial no grupo RES comparado ao controle [8]. Resultados semelhantes foram observados em indivíduos com esteatohepatite associada à disfunção metabólica tratados durante 3 meses com 600 mg/dia de RES, houve diminuição do LDL e colesterol total, diminuição de citocinas inflamatórias e aumento de adiponectina [9]. Dessa forma, o resveratrol apresenta funções metabólicas positivas que parecem beneficiar condições ligadas à fisiopatologia das DCV. Figura 1. Potenciais efeitos do resveratrol na aterogênese e no metabolismo prejudicado. Referência: [1] Dyck GJB, Raj P, Zieroth S, Dyck JRB, Ezekowitz JA. The effects of resveratrol in patients with cardiovascular disease and heart failure: A narrative review. Int J Mol Sci 2019;20. https://doi.org/10.3390/ijms20040904. [2] Liu Y, Ma W, Zhang P, He S, Huang D. Effect of resveratrol on blood pressure: A meta-analysis of randomized controlled trials. Clinical Nutrition 2015;34:27–34. https://doi.org/10.1016/j.clnu.2014.03.009. [3] Carrizzo A, Puca A, Damato A, Marino M, Franco E, Pompeo F, et al. Resveratrol improves vascular function in patients with hypertension and dyslipidemia by modulating NO metabolism. Hypertension 2013;62:359–66. https://doi.org/10.1161/HYPERTENSIONAHA.111.01009. [4] Imamura H, Yamaguchi T, Nagayama D, Saiki A, Shirai K, Tatsuno I. Resveratrol Ameliorates Arterial Stiffness Assessed by Cardio-Ankle Vascular Index in Patients With Type 2 Diabetes Mellitus. n.d. [5] Wong RHX, Berry NM, Coates AM, Buckley JD, Bryan J, Kunz I, et al. Chronic resveratrol consumption improves brachial flow-mediated dilatation in healthy obese adults. J Hypertens 2013;31:1819–27. https://doi.org/10.1097/HJH.0b013e328362b9d6. [6] Marques BCAA, Trindade M, Aquino JCF, Cunha AR, Gismondi RO, Neves MF, et al. Beneficial effects of acute trans-resveratrol supplementation in treated hypertensive patients with endothelial dysfunction. 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