Mulheres ficam dependentes de nicotina mais rápido, sugere estudo Ouvir 27 de março de 2024 Mulheres podem se tornar dependentes da nicotina mais rapidamente e com menos exposição do que os homens. É o que aponta um estudo apresentado nessa terça-feira (26/3) no encontro anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular. Segundo os cientistas, o organismo feminino pode funcionar como um ciclo de retro-alimentação para o vício em cigarros. O principal hormônio sexual feminino, o estrogênio, atua colateralmente potencializando os efeitos viciantes da nicotina. “Essa interação entre hormônios pode explicar por que as mulheres têm menos sucesso em parar de fumar e se tornam dependentes com menos cigarros consumidos”, explica a bioquímica Sally Pauss, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, principal autora do estudo. Leia também Saúde SUS passa a ter tratamento contra tabagismo e dependência de nicotina Saúde Bactérias em camundongos podem decompor a nicotina, diz pesquisa Saúde Vape altera o DNA da boca tanto quanto o cigarro, sugere estudo Saúde Usar cigarro eletrônico dobra risco de infarto, alertam cardiologistas O impacto da nicotina no cérebro feminino Os pesquisadores descobriram que o estrogênio ativa proteínas do sistema nervoso chamadas olfatomedinas, que ficam mais adormecidas em homens. Elas estão presentes nas partes do cérebro relacionadas a recompensas e vícios, o núcleo accumbens. A nicotina inativa as olfatomedinas, “simplificando” o caminho dos impulsos elétricos na região, o que potencializa a sensação de recompensa do hábito de fumar. Quanto mais se fuma, mais as proteínas se tornam dependentes da substância. “Nosso objetivo é entender como o estrogênio impulsiona o consumo de nicotina através das olfatomedinas, o que poderia ajudar a conceber medicamentos capazes de bloquear esse efeito, restaurando as vias alteradas pela substância viciante. Temos esperança que essas drogas tornarão mais fácil para as mulheres abandonar o hábito de fumar”, indica Pauss. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1) Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta Martina Paraninfi/Getty Images ****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-3.jpg Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil Leonardo De La Cuesta/Getty Images ****Foto-cigarro-eletronico-2.jpg No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários Dirk Kruse / EyeEm/Getty Images *****Foto-cigarro-e-cigarro-comumeletronico-1.jpg Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) Martina Paraninfi/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-9.jpg Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina Yana Iskayeva/Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-4.jpg Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena Shahril Affandi Khairuddin / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-1.jpg Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina sestovic/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-6.jpg Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões RyanJLane/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-8.jpg O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-4.jpg O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer Diego Cervo / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-2.jpg Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer hocus-focus/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-5.jpg Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo HEX/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-7.jpg Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-3.jpg As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha Daniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images Voltar Progredir 0 Como foi feita a pesquisa? Para o estudo, foram cultivadas células uterinas humanas em ratas sem ovário, levando à produção de estrogênio humano nos animais. A ação permitiu entender como o hormônio alteraria o cérebro dos camundongos e como isso posteriormente levaria a mudanças com o uso da nicotina. Os resultados mostraram um aumento das olfatomedinas no núcleo accumbens dos ratos a partir do uso de estrogênio humano. A área parece ter se envolvido em um ciclo vicioso para impulsionar a dependência da nicotina, ainda que isso seja mais difícil de avaliar em ratos que em humanos. 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