Mosquito CLT? Saiba curiosidades sobre o temido Aedes aegypti Ouvir 29 de março de 2024 No meio de uma epidemia de dengue que parece ser a maior da história, o maior vilão não é mais um vírus que viaja invisível pelo ar. Agora, o problema é o Aedes aegypti, um mosquito listradinho capaz de carregar várias doenças além da dengue (zika, chikungunya, mayaro e febre amarela, por exemplo). Apesar de ser velho conhecido dos brasileiros e todos saberem como eliminá-lo, o Aedes continua se reproduzindo por aí. Mesmo com a vacina, o único jeito de parar a epidemia é diminuindo ou até eliminando completamente o mosquito — por isso, ele se tornou protagonista nas últimas semanas. Leia também Saúde Chikungunya: veja os sintomas da doença transmitida pelo Aedes aegypti Saúde Cientistas descobrem 3 fungos da Amazônia capazes de derrotar o Aedes Saúde Cajuzinho-do-cerrado e alecrim podem eliminar larvas de Aedes aegypti Saúde Biólogo tatua Aedes aegypti no braço em “homenagem” ao mosquito Quanto mais soubermos sobre o Aedes aegypti, maior a chance de sucesso na guerra contra o mosquitinho. Confira algumas curiosidades e informações sobre ele: Mosquito CLT? O Aedes aegypti normalmente circula em dois horários específicos: no início da manhã, entre as 7h30 e 10h, e no fim da tarde, por volta das 16h e 19h. Porém, ele não se limita a esses horários. “O mosquito está se adaptando à urbanização e pode atacar em qualquer horário. Ele pica durante todo o dia, mas alguns horários são mais propícios para sair do criadouro”, ensina o biólogo Gil Amaro, professor do Centro Universitário de Brasília (Ceub). As fêmeas passam doenças, mas machos também são importantes As fêmeas dos mosquitos se alimentam de sangue humano — elas precisam da substância para nutrir os ovos –, e se contaminam quando picam uma pessoa doente. O vírus precisa de cerca de 12 dias para se multiplicar no inseto e colonizar as glândulas salivares. A partir daí, quando a mosquita pica, passa a doença à vítima. Em contrapartida, apesar de não picarem humanos (eles se alimentam da seiva de frutas), os mosquitos machos ficam mais próximos do criadouro, de onde os ovos eclodiram. “A presença deles é um alerta para procurar os criadouros e eliminá-los”, conta o biólogo. Porém, é difícil diferenciar os mosquitos a olho nu. A fêmea tecnicamente é um pouquinho maior, enquanto os machos têm os palpos (uma estrutura que serve de equilíbrio para pousar e se alimentar) maiores. Mas ambos são listrados e têm quase o mesmo tamanho. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (4) A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte Joao Paulo Burini/Getty Images ***Foto-mosquito-da-dengue.jpg O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias Joao Paulo Burini/ Getty Images ***Foto-mosquito-da-dengue-2.jpg A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos Joao Paulo Burini/ Getty Images ***Foto-mosquito-da-dengue-3.jpg No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes Bloomberg Creative Photos/ Getty Images ***Foto-pessoa-olhando-termometro.jpg Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos Guido Mieth/ Getty Images ***Foto-pessoa-deitada-em-maca-hospitalar.jpg No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte Peter Bannan/ Getty Images ***Foto-pessoa-em-frente-a-vaso-vomitando.jpg Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images ***Foto-pessoa-sentada-em-cama-de-hospital.jpg Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão Image Source/ Getty Images ***Foto-pessoa-deitada-no-chao.jpg Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada Getty Images ***Foto-pessoa-segurando-remedio-nas-maos.jpg Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas Guido Mieth/ Getty Images ***Foto-pessoa-deitada-em-maca-hospitalar-2.jpg Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas Getty Images Voltar Progredir 0 A cor da roupa faz diferença? Em qualquer filme de aventura, onde os personagens se aventuram por florestas, o figurino é sempre parecido. Roupas claras e leves. Amaro conta que a escolha tem explicação: uma das estratégias do mosquito é a camuflagem, e ele gosta de locais pouco iluminados, úmidos e de cor escura, onde pode se esconder tranquilamente. “Para se esconder, preferem roupas, armários, sofás ou paredes escuras. Na natureza, se escondem em troncos de árvores e em locais com mato alto”, explica. O Aedes já foi erradicado do Brasil Nos anos 1950, o Brasil conseguiu erradicar o mosquito do território nacional usando técnicas polêmicas, como venenos que fazem mal à saúde humana e agentes que entravam compulsoriamente na casa das pessoas. Porém, nos anos 1970, o mosquito apareceu de novo, vindo de outros países da América do Sul. Além da proximidade geográfica, em um mundo cada vez mais globalizado, ele pode acabar sendo transportado sem querer dentro de malas, aviões, carros e navios. “O Aedes está presente em 167 países. O aumento de criadouros por falta de saneamento básico aliado às mudanças climáticas colaboram com o aumento de mosquitos, já que são diminuídas a quantidade e diversidade dos predadores naturais do mosquito, além de aumentada a velocidade de crescimento dos insetos. Se o saneamento básico não for efetivo, haverá mais criadouros e essa combinação só piora o cenário”, afirma o professor. Ainda assim, Amaro acredita que é possível repetir o feito e erradicar o Aedes aegypti. Com a tecnologia que temos hoje (incluindo o uso da bactéria Wolbachia) e informação, seríamos capazes de interromper a proliferação dos mosquitos. “Porém, toda política pública depende da população para ser efetiva. Hoje, 75% dos criadouros estão dentro das casas e apartamentos”, aponta o biólogo. Por que um mosquito carrega tantas doenças? Uma das principais vantagens do Aedes aegypti em comparação a outros mosquitos é que ele se adaptou perfeitamente a ambientes urbanos. Como se reproduz em recipientes de água parada, normalmente em residências, ele está acostumado a viver nas cidades. Por se alimentar de sangue humano e estar perto das vítimas, o mosquito consegue picar muita gente — se pega alguém doente, os vírus são transmitidos de forma simplificada. “Essa espécie também se destaca pela sua capacidade de carregar múltiplos patógenos simultaneamente, o que significa que um único mosquito pode transmitir diferentes doenças durante sua vida”, conta o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) – Campus Guarujá. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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