Jejum intermitente: o que a ciência diz sobre método para emagrecer Ouvir 9 de abril de 2024 O jejum intermitente virou a dieta da moda após estrelas como Deborah Secco, Juliana Paes, Jennifer Aniston, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Dua Lipa se declararem adeptas ao método. A estratégia de emagrecimento alterna períodos de jejum com janelas de alimentação irrestrita e tem o inegável apelo de concentrar o “sacrifício” em alguns dias ou horários. Leia também Vida & Estilo Estudo revela se o jejum intermitente turbina a longevidade; descubra Vida & Estilo Veja se o jejum intermitente pode “atrasar” o envelhecimento celular Saúde Cientistas revelam regra de ouro para jejum intermitente funcionar Saúde Jejum intermitente funciona? Estudo compara resultados de dietas Além de promover a redução do peso com foco na queima de gordura – estudos apontam que é possível perder entre 5% e 8% do peso em um período de 12 a 24 semanas –, a dieta se mostrou capaz de melhorar marcadores de saúde, como a pressão arterial e os níveis de colesterol. Como fazer jejum intermitente As três principais maneiras de fazer jejum intermitente são: Jejum em dias alternados: alternar dias sem restrição alimentar com dias que consistem em refeição que atenda a cerca de 25% das necessidades calóricas diárias. Jejum de dia inteiro: alternar um ou dois dias por semana de jejum completo ou até 25% das necessidades calóricas diárias, sem restrição alimentar nos demais dias. A abordagem mais famosa – a 5:2 – está nesse grupo e consiste em nenhuma restrição alimentar cinco dias da semana, com uma dieta de 400-500 calorias nos outros dois dias da semana. Alimentação com restrição de tempo: seguir um plano alimentar todos os dias com um horário designado para o jejum. Como, por exemplo, refeições realizadas das 8h às 15h, com jejum nas demais horas do dia. Jejum intermitente X restrição calórica Uma das pesquisas mais importantes comparando o jejum intermitente com as dietas de restrição calórica foi publicada na revista Jama Internal Medicine em 2017. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado que acompanhou 100 indivíduos obesos durante um ano: parte dos voluntários realizou o jejum intermitente, e a outra foi submetida a uma dieta tradicional de restrição calórica. Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas na perda de peso, na recuperação de peso após a dieta ou na composição corporal dos participantes. Também não houve diferenças significativas em outros indicadores de saúde, como pressão arterial, frequência cardíaca, glicemia de jejum e insulina em jejum. Ou seja, o jejum intermitente não apresentou vantagens significativas em relação aos protocolos de restrição calórica. “Numerosos estudos demonstraram que a redução de peso com dietas de jejum intermitente não é maior do que a perda de peso com uma dieta padrão com restrição calórica”, afirmou a pesquisadora McKale Montgomery, em texto publicado no site The Conversation. De acordo com a especialista, a perda de peso gerada pelo jejum intermitente não ocorre por causa de uma “mágica metabólica”, mas devido à redução do consumo geral de calorias. É difícil que a ingestão de comida nos dias livres recupere a quantidade de calorias economizada nos períodos de jejum. ilustra_jejum_1 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_2 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_3 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_4 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_5 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_6 Cicero Lopes/Metrópoles ilustra_jejum_7 Cicero Lopes/Metrópoles Voltar Progredir 0 O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, que preside a Associação Brasileira de Nutrologia, simplifica a questão. De acordo com ele, a melhor dieta é aquela que as pessoas estão dispostas a seguir. O profissional pontua ainda que seis meses de adesão já é um tempo grande quando se está seguindo uma estratégia de emagrecimento. “O jejum intermitente está na moda e não é uma dieta ruim. Ao contrário, é uma dieta com resultados comprovados, que vão além da perda de peso. Mas decidir qual é a melhor dieta não é científico, é algo absolutamente pessoal, que depende da história, do objetivo e do estilo de vida do paciente”, aponta. Riscos do jejum intermitente O jejum intermitente não é indicado para pessoas que necessitam de alimentação em intervalos regulares devido a alterações metabólicas, como no caso do diabetes. A privação pode colocar a pessoa em risco de comer em excesso quando os alimentos são reintroduzidos, além de causar comportamentos pouco saudáveis, como a compulsão alimentar. Contraindicações O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia lembra que o jejum intermitente não deve ser seguido por indivíduos que tenham: Diabetes; Transtornos alimentares, como anorexia e bulimia nervosa; Uso de medicamentos que requerem ingestão alimentar; Estágio de crescimento ativo, como adolescentes; Mulheres que estejam grávidas ou amamentando. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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