Bebê que não conseguia respirar devido a tumor na face completa 1 ano Ouvir 9 de maio de 2024 As brincadeiras de Braian Demjenski Pereira, que completa um ano na próxima sexta-feira (10/5), têm um sabor especial para os pais. A criança nasceu com um tumor epignathus de 800 gramas na face, que equivalia a 28,5% de todo o peso corporal dele. Para sobreviver, Braian precisou passar por cirurgias logo depois de nascer. O tumor epignathus é extremamente raro: a incidência é de 1 a cada um milhão de nascidos vivos. O cisto ocorre sempre no rosto, se originando durante a gestação na região do céu da boca e se projetando para fora. Bebês que tem o epignathus precisam passar por operações para recompor a estrutura da boca e da laringe logo após o nascimento. Em algumas crianças, o tumor chega a ser do mesmo tamanho que o crânio. No caso de Braian, o crescimento do tumor foi percebido logo no começo da gestação. No exame de imagem realizado na 18ª semana, os pais receberam o diagnóstico. “Estávamos tentado ter um filho há dois anos, e a chegada dele foi um misto de emoções. Logo depois de saber da gestação, já descobrimos o tumor”, lembra a mãe dele, Marciliana Demjenski, de 30 anos. Leia também Saúde Menina passa por 30 consultas sem médicos perceberem tumor cerebral Saúde Homem tira tumor do tamanho de um melão da cabeça após 15 anos com ele Saúde Câncer: estresse contribui com aumento do tumor, mostra estudo Saúde Criança bate a cabeça e descobre tumor cerebral grave; entenda Após o diagnóstico, as consultas com exames de ultrassom passaram a ser semanais para acompanhar o desenvolvimento do bebê. “Vivemos uma semana por vez, sempre com angústia, medo e incerteza”, lembra o pai dele, Valmir Pereira, de 35 anos. O casal já tinha uma filha, Beatryz, de 13 anos. Bebê passou por traqueostomia No final da gestação, o tumor passou a representar uma ameaça à vida do bebê, pois já recobria toda a região da boca. Com 35 semanas, os médicos decidiram que era momento de fazer uma cesariana. O parto foi acompanhado por dezenas de profissionais e uma traqueostomia – única chance para a criança respirar – foi feita logo depois de ele ser retirado do útero. “Entre nascer e chegar na UTI, coisa de uma hora e meia, ele sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias, ficou 25 minutos com o coração sem funcionar. Ele teve que tomar adrenalina, os médicos acreditavam que ele não voltaria e se voltasse poderia ter sequelas gravíssimas”, lembra a mãe. A oxigenação de Braian era tão baixa que na Escala de Apgar, cujo ideal é entre 8 e 10, ele teve 1 de pontuação. “Quando ele foi levado para a UTI, fui acompanhando no elevador e vi os médicos reanimando meu filho. Foi um momento muito angustiante, não aceitava que pudesse perder meu filho depois de tanta espera”, lembra o pai. Além das dificuldades pelas quais o recém-nascido passava, Marciliana também teve complicações e perdeu muito sangue durante o parto, precisando ser transferida para uma UTI. Ela só viu o bebê 12 horas após o nascimento. A cirurgia para a retirada do tumor foi feita 2 semanas após o parto, quando o bebê já conseguia respirar sozinho graças à traqueostomia. O procedimento transcorreu bem, mas, durante 3 meses, Braian precisou seguir no Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba, ganhando peso até ser liberado. Brian tumor epignathus 3 A família completa: Braian, a mãe Marciliana, o pai Valmir e a irmã Beatryz Acervo pessoal Brian tumor epignathus 6 Na 18º semana de gestação, os pais descobriram que a criança tinha o tumor raro Acervo pessoal Brian tumor epignathus 5 28,5% do peso do recém-nascido correspondia ao tumor Acervo pessoal Brian tumor epignathus 4 Logo após o parto, o bebê teve 4 paradas cardíacas por não conseguir respirar Acervo pessoal Brian tumor epignathus 2 Hoje Braian está bem e tem feito acompanhamentos com oncologistas Acervo pessoal Voltar Progredir 0 Desenvolvimento monitorado Logo depois da cirurgia, Braian teve de fazer acompanhamento neurológico e tomar um barbitúrico (remédio que previne convulsões e tem efeito sedativo), pois havia a suspeita de que o tumor pudesse ter comprometido o desenvolvimento de seu cérebro. Ele, porém, foi dispensado da medicação meses depois, ganhou peso e tem tido um desenvolvimento semelhante ao de outras crianças da mesma idade. O acompanhamento oncológico segue sendo feito para avaliar a possibilidade de o tumor retornar eventualmente. Além disso, Braian tem passado por consultas regulares com diversos especialistas, principalmente cirurgiões plásticos que farão a reconstrução de sua face. “Hoje em dia, tenho minha vida 100% dedicada ao bem-estar do meu filho e aos compromissos médicos dele”, conta a mãe. “Todos os dias quando ele acorda, a primeira coisa que faz é olhar pra nós e abrir um sorriso maravilhoso, com muita energia para brincar e fazer suas traquinagens, isso nos mantém firmes”, comemora o pai. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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