Quais fatores fazem o câncer voltar? Oncologista explica Ouvir 13 de junho de 2024 A recidiva tumoral consiste no retorno da doença e pode ocorrer no órgão de origem do câncer, nos gânglios que drenam a região onde o tumor apareceu ou em outras partes do corpo, como pulmão, cérebro e ossos. O principal fator de risco para o retorno de um câncer é o estadiamento no qual ele foi diagnosticado. O estadiamento se refere à extensão do câncer presente no corpo do paciente. Segundo o oncologista Wesley Pereira Andrade, que atende no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, se o tumor for diagnosticado na fase inicial há um baixíssimo risco de retorno. Se estiver mais avançado, as chances aumentam. Leia também Saúde Câncer de pele: os sintomas do tumor de Kevin Jonas, do Jonas Brothers Saúde Conheça sinal nos dedos que pode indicar câncer de pulmão Saúde Acupuntura e câncer: como técnica chinesa pode ajudar no tratamento Claudia Meireles Rei Charles fez tratamento contra câncer 24 horas antes de ir a evento O acesso a tratamento de ponta – que inclui diagnóstico, atendimento médico, procedimentos e medicações – é um fator importante para que o câncer não retorne. “Infelizmente existe uma distinção do que o paciente tem acesso na linha privada via convênio e na linha pública, que é mais restrita”, aponta o especialista. Segundo o oncologista, toda vez que o tratamento é “sub efetivo”, ou seja, a cirurgia foi quase ótima, o tratamento com medicamentos não foi realizado da forma ideal, e a radioterapia não foi feita de forma adequada, as chances de reincidência aumentam. “Tudo isso tem a ver com a questão da qualidade do tratamento e isso realmente tem impacto no risco de o câncer voltar. Existem vários trabalhos hoje que colocam como um dos principais fatores de qualidade de tratamento oncológico a qualidade da cirurgia oncológica. Ou seja, quanto maior a expertise do médico, maiores são as chances de cura do paciente. Então, a cirurgia tem um impacto gigantesco na qualidade do tratamento e nas chances de cura do paciente”, comenta. Genética A genética também pode aumentar o risco de um segundo tumor primário. “Quem tem uma mutação genética como do gene BRCA1, por exemplo e tratou um câncer de mama em uma mama e não fez uma cirurgia preventiva, tem maior chance de ter um segundo primário na outra mama. Não é exatamente que o câncer inicial tenha voltado, a mutação genética aumentou a chance de um segundo câncer primário. Então, as doenças genéticas predispõem a ter mais cânceres, que chamamos de segundos primários, no mesmo órgão e em outro órgão”. 9 imagens Fechar modal. 1 de 9 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação boonchai wedmakawand 2 de 9 Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença Phynart Studio/ Getty Images 3 de 9 A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc. Flashpop/ Getty Images 4 de 9 Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago FG Trade/ Getty Images 5 de 9 A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão South_agency/ Getty Images 6 de 9 Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido Peter Dazeley/ Getty Images 7 de 9 A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados RealPeopleGroup/ Getty Images 8 de 9 Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos ljubaphoto/ Getty Images 9 de 9 Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago DjelicS/ Getty Images Hábitos de vida O especialista explica que mudar os hábitos de vida é uma providência muito importante para evitar a recidiva de um câncer. “Se o paciente teve um câncer de pulmão relacionado ao tabaco, tratou, mas continua fumando, ele naturalmente está mais exposto ao risco de um outro câncer. Uma mulher que teve um câncer de mama, tratou o câncer de mama, mas continua obesa, sedentária e se alimentando mal também aumenta as chances de retorno da doença”, aponta. Segundo o oncologista Wesley Pereira Andrade, parar de beber, parar de fumar, controlar o peso, praticar atividades físicas e comer alimentos saudáveis são estratégias extremamente importantes para todos os tipos de cânceres. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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