Treino intenso de musculação ajuda a preservar força em idosos Ouvir 20 de julho de 2024 Praticar treinos intensos de musculação na terceira idade pode trazer benefícios duradouros na força muscular, sugere uma pesquisa dinamarquesa da Universidade de Copenhague, publicada no BMJ Open Sport & Exercise Medicine. A perda de musculatura e de força nessa idade é um conhecido preditor de má saúde, interferindo diretamente no equilíbrio, na mobilidade e autonomia do idoso. Com o envelhecimento, há um declínio da musculatura, e os autores queriam verificar se o treino de força, que envolve exercícios de resistência, como musculação e levantamento de peso, poderia ter efeitos a longo prazo para minimizar essa perda. Assim, recrutaram 451 idosos saudáveis para participar de um programa com duração de um ano. Leia também Saúde Tarefas domésticas podem ajudar a prevenir doenças neurodegenerativas Saúde Spinning: professores explicam benefícios e cuidados para a prática Saúde Sem drama: homens e mulheres se recuperam da gripe de forma diferente Saúde Metade das mortes por câncer podem ser evitadas, mostra estudo Nesse período, eles foram divididos em três grupos. Uma turma treinou com supervisão em uma academia três vezes por semana, com uma carga considerada pesada, entre 70% e 80% do peso máximo. Eles faziam três séries de exercícios com seis a 12 repetições, incluindo atividades para membros inferiores e superiores, costas e movimentos de abdômen. Outros fizeram exercícios considerados moderados, com 50% a 60% da carga máxima, utilizando preferencialmente materiais como faixas elásticas. Os demais serviram de grupo controle e não seguiram nenhum treinamento especial. Os voluntários foram avaliados em quatro momentos: ao começar, ao completar o programa de 12 meses e depois de dois e quatro anos. Na avaliação final, todos tinham perdido tanto massa magra quanto força – como é esperado após tanto tempo sem se exercitar. No entanto, aqueles que haviam feito o treinamento mais intenso apresentaram a mesma capacidade inicial. “Isso ocorreu porque o treino aumentou a força de forma significativa. Então, mesmo com a queda, conseguiram manter o que tinham no início”, avalia o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, doutor em Ciências do Esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein. O resultado também pode ser explicado porque a força não está apenas associada à massa muscular. “Muitos dos ganhos de força podem estar relacionados a adaptações neuromusculares induzidas pelo treinamento, incluindo a velocidade de transmissão do impulso nervoso e melhores coordenações intra e intermuscular, sendo que esses ganhos podem ter efeitos mais duradouros”, explica Crivoi. Segundo o especialista, esses benefícios a longo prazo é o que tem sido popularmente chamado de “memória muscular”. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, exercitar-se ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor Mike Harrington/ Getty Images 2 de 8 Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente Hinterhaus Productions/ Getty Images 3 de 8 De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias Catherine Falls Commercial/ Getty Images 4 de 8 Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos Nisian Hughes/ Getty Images 5 de 8 Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono skaman306/ Getty Images 6 de 8 Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes Tom Werner/ Getty Images 7 de 8 A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural, ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida Thomas Barwick/ Getty Images 8 de 8 Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor Justin Paget/ Getty Images Mais força, menos quedas com musculação Em idosos, a força é crucial não só para reduzir o risco de quedas, mas também para contribuir com o convívio social, fatores associados à longevidade. “O ganho de força vai representar melhora funcional e exposição do idoso a atividades mais dinâmicas e desafiadoras”, afirma Crivoi. Por outro lado, cada vez mais estudos mostram o papel essencial dos músculos em todo o metabolismo, inclusive na imunidade. Mesmo com o declínio natural que ocorre com a idade, é possível aumentar a massa magra, ainda que o processo possa ser mais lento comparado aos jovens. No entanto, para garantir os benefícios, é preciso praticar exercícios regularmente. Enquanto o treino para desenvolver força está associado à intensidade, com cargas mais pesadas, para ganhar massa é preciso volume. Os resultados dependem do treinamento prévio: sedentários podem observar resultados com uma sessão semanal, mas pessoas mais habituadas devem se dedicar de duas a três vezes por semana. Vale lembrar que é essencial a orientação de um profissional de educação física. Atividades como pilates, ioga e treinos funcionais com o próprio corpo também contribuem para ganho de força e até de massa muscular, ainda que não da mesma forma que ocorre quando há maior carga, como na musculação. “Mas o idoso deve fazer o que gosta, que vai garantir maior tempo no programa e permanência, que é o que faz diferença no estilo de vida. Não adianta fazer musculação e treinar pesado se não gosta e a frequência for baixa”, orienta Crivoi do Carmo. (Fonte: Agência Einstein) Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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