Setembro amarelo: veja 6 atitudes para ajudar alguém em sofrimento Ouvir 7 de setembro de 2023 O suicídio é um problema de saúde pública e causa cerca de 700 mil mortes ao ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, foram registrados 16,2 mil suicídios em 2022, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No mês de setembro, são realizadas diversas ações de conscientização sobre saúde mental. O Setembro Amarelo lembra sobre a necessidade de estarmos atentos e disponíveis para dar auxílio a quem está em sofrimento mental. Mas qual é a maneira correta de ajudar alguém com tendências suicidas? Leia também São Paulo Após suicídios, chefe do MPSP anuncia mudanças em programa de saúde Música Tina Turner revelou depressão e tentativa de suicídio em biografia Literatura Suicídio, cobrança e estresse: escritor conta a vida dos padres no Brasil Saúde UnB: 44% dos casos de suicídio no DF estão ligados ao álcool e drogas A psicóloga Ana Streit, de Porto Alegre, orienta para que estejamos atentos a frases que mostram a intenção. A profissional destaca as que vão no sentido de “quero acabar com essa dor”, “eu não faria falta” ou “quero sumir”. Além disso, ela aponta sinais do dia a dia. “Os sintomas nem sempre são visíveis, muitas vezes são silenciosos, mas há alguns sinais comportamentais: tendência ao isolamento, desinteresse por atividades que antes eram agradáveis e mudanças no ciclo de sono”, aponta. O doutor em psicologia Jan Luiz Leonardi, de São Paulo, orienta para momentos que podem representar gatilho para algumas pessoas, como a perda de um emprego ou o término de um relacionamento. Também lembra que as pessoas envolvidas em abusos de substâncias ou que possuem doenças mentais são mais vulneráveis. “Devemos enfatizar que há sempre possibilidades de ajuda, como o Centro de Valorização da Vida (CVV) que oferece apoio emocional gratuito e confidencial 24 horas por dia no número 188. A prevenção ao suicídio é um problema de saúde pública que vai além do Setembro Amarelo e devemos atuar nela todos os dias”, diz Leonardi. Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pessoas com ideação suicida no 188 A psiquiatra Danielle Admoni, de São Paulo, e a psicóloga Monica Machado, criadora do podcast Ame.Cast, criaram uma lista de seis atitudes que podem ser tomadas para ajudar alguém em sofrimento. Evite comentários Dar conselhos com frases feitas como “tudo vai ficar melhor”, “se anime”, podem apenas levar a um maior isolamento do indivíduo. “A pessoa com ideação suicida já está com uma visão distorcida da realidade. Dependendo do que você disser, pode servir de munição aos seus pensamentos negativos. Na dúvida, apenas direcione seus esforços em ouvir o que o outro tem a dizer, sempre com atenção, empatia e acolhimento”, orienta Danielle. Nunca minimize o sofrimento Conselhos fora de lugar podem prejudicar alguém já com pensamento suicida O melhor é evitar comparar, julgar ou questionar o sofrimento quando uma pessoa o confessa. “Ainda é bem comum ouvir absurdos como você está exagerando ou tenho mais problema que você e não estou desse jeito. Não faça isso”, exemplifica Monica. Não force a socialização Não se deve obrigar ou insistir para que uma pessoa em sofrimento psíquico saia de casa. Essa pressão pode apenas piorar o cenário. “A melhor ajuda é ir ficar com a pessoa em casa, onde é seu espaço de segurança. Sugira assistir a um filme ou uma série que envolva comédias leves e que não remeta a temas sobre saúde mental. Pode ser uma forma de desviar seus pensamentos negativos, mesmo que temporariamente”, aconselha Danielle. Evite diagnosticar o transtorno mental Na tentativa de ajudar, muitas vezes as pessoas podem apontar transtornos mentais em uma pessoa com ideação suicida, dizendo que ela tem depressão ou buscando apresentar conteúdos sobre saúde mental. O indivíduo, entretanto, precisa de atenção especializada e não de conteúdos formatados, que desprezam a sua individualidade. Busque ajuda profissional Ajuda profissional é fundamental para a solução do sofrimento psíquico Incentive o indivíduo a buscar terapia e se ofereça para pagar ou para ir junto com ele aos atendimentos. “Nestes casos de risco de suicídio, cabe à família providenciar a ajuda especializada. Vale lembrar que por mais importante seja a rede de apoio, ela não substitui o acompanhamento médico e terapêutico”, pondera Danielle. Esteja sempre por perto As especialistas recomendam ser receptivo e acessível. “Muitas vezes, apenas estar disponível já promove a sensação de acolhimento e segurança que a pessoa tanto precisa”, finaliza Monica. O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria. Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.” Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Notícias
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