Aos 25, jovem que usava vape diariamente fica com “buraco” no pulmão Ouvir 14 de março de 2024 O relato do americano Joe Lawrence, de 25 anos, viralizou no X (antigo Twitter) na última semana – o jovem conta que, pelo hábito de fumar vape “todos os dias durante anos”, acabou ficando com um buraco em seu pulmão. Joe diz que parou de fumar há mais de um ano, mas ainda enfrenta as consequências do cigarro eletrônico. “Outro dia, fui levado às pressas para o pronto-socorro sem conseguir respirar. Quase tive um colapso total do pulmão”, afirma. Leia também Saúde Adolescentes que vivem nas redes sociais têm maior risco de fumar vape Saúde Técnica inédita salva usuário de vape que perdeu pulmões aos 34 anos Música Solange Almeida revela problema de saúde causado por uso de vapes Saúde Criança asmática de 12 anos fica em coma devido ao uso de vape O jovem fumava cigarros eletrônicos com sabor de frutas, mas deixou o vape quando descobriu que inflamações em seu pulmão haviam danificado o órgão, permitindo o escape do ar. Joe teve um pneumotórax traumático, que não costuma ser fatal, mas causa dores e exige cuidados especiais. O tratamento envolve procedimentos feitos no hospital para retirar o ar e mudanças de hábito para permitir que o pulmão cicatrize. “Por favor, cuidem-se e pensem em parar de fumar. Não vale a pena”, completou Joe. Joe Lawrence Jovem de 25 anos que usava vape diariamente fica com buraco no pulmão (5) Joe Lawrence foi internado com um buraco em seu pulmão e passou por procedimento para a retirada de ar do organismo Reprodução/Instagram/j0elawrence Joe Lawrence Jovem de 25 anos que usava vape diariamente fica com buraco no pulmão (1) Jovem diz que tinha o hábito de fumar diariamente “por anos” Reprodução/Instagram/j0elawrence Joe Lawrence Jovem de 25 anos que usava vape diariamente fica com buraco no pulmão (4) Joe usava o vape e postava fotos fumando em suas redes sociais Reprodução/Instagram/j0elawrence Joe Lawrence Jovem de 25 anos que usava vape diariamente fica com buraco no pulmão (3) Ele deixou o cigarro eletrônico há cerca de um ano Reprodução/Instagram/j0elawrence Voltar Progredir 0 Vape é hábito comum entre jovens A pesquisa Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgada em agosto, revelou que 11,6% dos usuários aderiram aos dispositivos por querer estar na moda. “Há uma falsa sensação entre os jovens de poder fumar estes cigarros eletrônicos sem culpa, achando que eles não causam problemas, o que é uma ilusão”, explica a pneumologista Andrea Sette do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or. Ela destaca que existem sintomas característicos do uso de vapes em adolescentes e até menores de idade que estão buscando os consultórios. “Notamos um aumento significativo de jovens com quadros de asma exacerbada, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória aguda em decorrência do uso desses dispositivos”, completa a médica. Embora seja comum encontrar usuários dos vapes no Brasil, o cigarro eletrônico é proibido no território nacional desde 2009. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma consulta pública no início do ano para rever a decisão, mas os resultados ainda estão sendo analisados. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1) Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta Martina Paraninfi/Getty Images ****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-3.jpg Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil Leonardo De La Cuesta/Getty Images ****Foto-cigarro-eletronico-2.jpg No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários Dirk Kruse / EyeEm/Getty Images *****Foto-cigarro-e-cigarro-comumeletronico-1.jpg Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) Martina Paraninfi/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-9.jpg Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina Yana Iskayeva/Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-4.jpg Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena Shahril Affandi Khairuddin / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-1.jpg Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina sestovic/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-6.jpg Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões RyanJLane/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-8.jpg O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-4.jpg O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer Diego Cervo / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-2.jpg Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer hocus-focus/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-5.jpg Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo HEX/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-7.jpg Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-3.jpg As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha Daniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images Voltar Progredir 0 Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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