Com IA, cientistas conseguem devolver movimento a homem paralisado Ouvir 27 de setembro de 2023 Pesquisadores holandeses conseguiram, como auxílio de implantes e inteligência artificial, recuperar a mobilidade de um homem suíço que ficou paralisado após cair acidentalmente no gelo. Os implantes foram instalados no cérebro e no abdômen do paciente — conforme ele pensa em movimentos, o dispositivo estimula os músculos certos para que se movam conforme o desejo do indivíduo. “Embora ainda seja muito cedo para fornecer resultados completos, temos o prazer de informar que o procedimento funciona conforme esperado e parece reanimar com sucesso braços, mãos e dedos paralisados”, afirmou a empresa Onward, responsável pelo dispositivo, em comunicado enviado à CNN Internacional. O neurocientista Gregoire Courtine, idealizador da ponte digital entre cérebro e corpo, lembra que, para uma pessoa paralisada, abrir e fechar a mão é um grande avanço. “De repente, ela passa a comer sozinha e ganha autonomia”, afirma. Segundo implante de sucesso Em maio, a equipe de Courtine já tinha conseguido restaurar a capacidade de caminhar do holandês Gert-Jan Oskam, que ficou tetraplégico após um acidente de bicicleta. Foi usada a mesma tecnologia, com implantes no cérebro e na parte inferior das costas, e o caso histórico foi registrado na revista Nature. Leia também Negócios Inteligência artificial: Amazon investirá US$ 4 bilhões em startup Saúde Inteligência artificial transforma orgasmos em imagens. Veja! Conteúdo especial Existem limites legais para o uso da inteligência artificial? Enquetes O mundo e a Inteligência Artificial Apesar de os implantes não permitirem que Oskam caminhe de forma perfeita, ele consegue andar e ficar de pé. “Descobrimos que, ao usar esse sistema por um longo período de tempo, as fibras nervosas voltam a crescer. Com esta tecnologia, reparamos o sistema nervoso”, afirma Courtine. No entanto, restaurar a função dos braços e das mãos se mostrou uma tarefa mais desafiadora do que reparar a capacidade de andar. A Onward afirma que a complexidade aumenta especialmente quando se trata de restabelecer o movimento dos dedos. Preocupações éticas Algumas preocupações éticas com os implantes foram apontadas — como a tecnologia seria capaz de “ler pensamentos”, especialistas temem que ela possa ser usada para invadir a privacidade do paciente. A equipe de Courtine garante que o implante só é capaz de decodificar pensamentos relacionados ao movimento. “Não entendemos o suficiente do código neural para realmente extrair pensamentos”, explica o neurocientista. O procedimento mais recente faz parte de uma série de testes que podem se estender por mais alguns anos. Se tudo correr bem, os testes serão expandidos internacionalmente. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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