Estudante diz ter sido infectada com HPV ao tocar objeto na academia Ouvir 15 de janeiro de 2025 A estudante de medicina Victoria Pinese Sartorelli, de 24 anos, gravou um polêmico vídeo afirmando ter desenvolvido uma verruga em decorrência do papilomavírus humano (HPV) após ter tocado objetos infectados em sua academia. O vídeo, que alcançou milhões de visualizações, gerou uma confusão entre as diversas formas do vírus e suas transmissões. Segundo Victoria, o caso ocorreu por volta de junho do ano passado, quando ela percebeu uma espécie de calo se formando em seu dedo. A lesão, inicialmente áspera, cresceu lentamente, transformando-se em uma verruga ao longo de meses. Foi uma professora dermatologista que alertou a jovem de que aquela era uma verruga causada por HPV. Leia também Saúde Teste de DNA é aliado para detectar HPV e pode substituir papanicolau Saúde Vírus do HPV pode ser transmitido na academia? Conheça os riscos Saúde Vacina contra HPV diminui 62% das mortes por câncer de colo de útero Saúde Jovens desconhecem que vacina do HPV evita o câncer de colo de útero Os diferentes tipos de HPV O HPV, geralmente associado a infecções sexualmente transmissíveis, é um dos principais causadores de verrugas virais na pele e mucosas. O vírus possui mais de 150 subtipos, responsáveis por diversos tipos de manifestações de doenças e que não possuem correlação direta umas com as outras: ou seja, o HPV que causa verrugas não é o mesmo que aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de colo de útero. Segundo Victoria, embora não seja possível provar exatamente como teve contato com o vírus, ela acredita que deve ter ocorrido na academia, já que é o ambiente em que pode ter contato com pessoas desconhecidas que ela mais frequenta. O Manual MSD alerta que a transmissão das verrugas virais costuma ocorrer por meio do contato pele a pele, entre indivíduos diferentes ou pela mesma pessoa de uma região para outra do corpo. Entretanto, pode ocorrer uma transmissão indireta pelo contato com objetos, ainda que seja mais raro. Microlesões facilitam a entrada do vírus, explicando a vulnerabilidade em ambientes como academias e piscinas, onde a pele é mais pressionada e tende a criar pequenas fissuras. Tratamento e prevenção em foco Victoria fez o tratamento da lesão com ácido salicílico, aplicado três vezes ao dia. Segundo ela, a pele foi amolecendo até que a verruga desaparecesse. A prevenção inclui evitar contato direto com verrugas, usar calçados em banheiros públicos e manter a pele hidratada para evitar rachaduras. Cobrir as lesões com esparadrapo pode impedir que o vírus se espalhe para outras áreas ou pessoas. Apesar de ser inofensiva na maioria das vezes, a infecção pode gerar desconforto e preconceito. Por isso, tanto a prevenção quanto a educação sobre o tema são essenciais para evitar contágios e complicações sociais. A academia como vetor? O relato da jovem reacendeu o debate sobre medidas de higiene em espaços públicos. Equipamentos de academias, quando compartilhados, podem acumular resíduos de suor e pele, tornando-se terreno fértil para o HPV e outros microrganismos, já que o vírus dura mais quando está em temperaturas entre 4° C e 37° C. Em entrevista anterior ao Metrópoles, a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressaltou que embora seja infrequente, o contágio na academia pode sim acontecer. “A forma de transmissão normalmente é um contato mais próximo, a mucosa onde está a lesão com o HPV entrando em contato com uma outra mucosa”, detalhou Raquel. Para minimizar o risco, a especialista recomendou desinfetar aparelhos antes e após o uso. Toalhas e luvas colocadas sobre as superfícies também podem reduzir o risco. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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