Fone de ouvido: como usar equipamento de forma segura? Ouvir 11 de dezembro de 2024 Na academia, no trabalho ou durante o deslocamento diário, o fone de ouvido faz parte da rotina de muitas pessoas. No entanto, o uso inadequado do acessório pode trazer riscos à saúde auditiva. A médica otorrinolaringologista Tatiana Santos, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, alerta que o uso excessivo de fones pode causar perda auditiva, principalmente quando a exposição ao som é prolongada e em volume alto. “Quanto maior o volume e mais prolongada a exposição, maior a chance de lesão auditiva”, afirma. Ela também destaca que o uso excessivo de fone pode causar fadiga mental, especialmente entre jovens que passam horas seguidas ouvindo músicas e podcasts. “A mente não descansa, o que leva à irritabilidade e outros sintomas”, afirma. Além disso, o tipo de fone escolhido impacta diretamente nos riscos à saúde auditiva. Fones intra-auriculares, que ficam mais próximos à membrana timpânica, têm maior potencial de causar danos, enquanto os headphones, que cobrem a orelha, são menos agressivos por manterem a fonte sonora mais distante. A otorrinolaringologista Nathália Prudêncio, especialista em tontura e zumbido, que atende em São Paulo, enfatiza a importância de equipamentos que oferecem isolamento acústico. “Os headphones, que envolvem toda a orelha, reduzem a necessidade de aumentar o volume para sobrepor o som ambiente. Alguns modelos com cancelamento de ruído permitem um controle mais saudável do volume”, afirma. O uso em excesso e em alto volume pode levar à perda auditiva devido à lesão das células ciliadas da cóclea, estrutura responsável por captar o som e transformá-lo em estímulo elétrico para o nervo auditivo. “Os fones intra-auriculares, por estarem mais próximos à membrana timpânica, têm maior potencial de agressão ao ouvido, o que exige ainda mais cautela”, acrescenta. Leia também Saúde Sons altos e fones de ouvido ameaçam a audição dos jovens Saúde Mudança de comportamento é um dos indicativos de perda de audição Saúde Perda da audição é fator de risco para demência em idosos, diz estudo Saúde Uso recorrente de videogame pode elevar o risco de perda auditiva Tempo recomendado de uso e como identificar sinais de perda auditiva Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é limitar o uso dos fones a no máximo 60 minutos por dia, com volume equivalente a 60% da capacidade máxima do aparelho. No entanto, especialistas alertam que o tempo seguro de uso depende diretamente da intensidade do som. Quanto maior o volume, menor deve ser o período de exposição. O otorrinolaringologista Fernão Bevilacqua, membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, explica que volumes acima de 60 dB (equivalente a uma conversa normal) podem causar perda auditiva se houver exposição prolongada. Sons acima de 100 dB, como sirenes ou shows de rock, requerem um tempo de uso muito mais restrito. A perda auditiva induzida por sons altos costuma ocorrer de forma gradual e, muitas vezes, é percebida primeiro por quem convive com a pessoa. A otorrinolaringologista Nathália destaca que, frequentemente, a alteração auditiva é notada antes pelas pessoas ao redor do paciente do que por ele próprio. Alguns sinais iniciais incluem dificuldade de compreender conversas em ambientes barulhentos, necessidade de aumentar o volume e episódios de zumbido ou tontura. Nathália recomenda que as pessoas façam exames de audiometria uma vez por ano para detectar alterações precoces. Cuidados para minimizar o impacto do uso de fones de ouvido: Cuidado com o volume: evite ultrapassar 50% da capacidade máxima do dispositivo. Muitos smartphones alertam quando esse limite é alcançado; Evite usar fones em ambientes barulhentos: prefira locais silenciosos. Se não for possível, use fones com cancelamento de ruído para não precisar aumentar o volume; Controle o tempo de uso: faça pausas regulares e limite o tempo de exposição para evitar danos auditivos; Procure ajuda médica se notar alterações: caso perceba dificuldades para ouvir ou zumbido, consulte um médico para avaliação precoce. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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