“Me despedi muitas vezes”, diz mãe de menina com síndrome rara e grave Ouvir 14 de março de 2024 Intestino preso, abdômen distendido e vômito de coloração verde foram os primeiros sinais de que a saúde de Helena Delmondes não estava bem. Com 4 anos, a brasiliense foi diagnosticada com síndrome do intestino curto. A condição fez com que a menina, os pais e o irmão precisassem se mudar para Porto Alegre, no primeiro ano da pandemia da Covid-19, em busca de tratamento adequado. “Um dia a gente estava brincando e ela vomitou verde. Os exames mostraram que o intestino da minha filha estava todo torcido. Quando Helena chegou no centro cirúrgico, o órgão praticamente já não funcionava”, conta a professora Sandra Delmondes, mãe de Helena. Leia também Claudia Meireles Conheça o nutriente popular que pode mudar a saúde do seu intestino Claudia Meireles Conheça vegetal popular que ajuda a emagrecer e regula o intestino Saúde Doença rara obriga padre a tomar 281 comprimidos ao dia. Entenda Saúde Irmãos sofrem com doença rara que torna a vitamina B12 tóxica A síndrome do intestino curto é uma condição rara, grave e debilitante. Ela pode ser causada pela remoção cirúrgica de uma grande parte do intestino delgado ou por outras doenças que afetam o órgão, como a síndrome de Apple Peel, que era o caso da menina. Os pacientes com intestino curto são altamente propensos a desenvolver um quadro de desnutrição devido a outras complicações de saúde como diarreia, desidratação, distúrbios eletrolíticos e má absorção de nutrientes. Após o diagnóstico, a pequena paciente passou por uma cirurgia para recuperar a função do intestino. E, logo em seguida, veio um novo susto. Com bastante dor após o procedimento, a menina passou a vomitar sangue. Os médicos explicaram à professora que um dos pontos havia se rompido, causando uma hemorragia. “O médico foi correndo no quarto, dizendo que ela teria de voltar para a sala de cirurgia e avisou ‘se despede da sua filha’. Nós ficamos arrasados. A esta altura, 80% do intestino dela estava necrosado”, lembra. Helena Delmondes – SÍNDROME DO INTESTINO CURTO 02 A família de Helena se mudou para Porto Alegre Sandra Delmondes/ Imagem cedida ao Metrópoles Helena Delmondes – SÍNDROME DO INTESTINO CURTO 01 Helena passou por 12 cirurgias nos últimos quatro anos Sandra Delmondes/ Imagem cedida ao Metrópoles Voltar Progredir 0 Helena precisou ficar dias em coma induzido para que os cirurgiões fizessem curativos diários no intestino dela e observassem a resposta do órgão. No oitavo dia, o órgão voltou a funcionar, mas as fezes caíram em toda a cavidade abdominal, causando um choque séptico na menina. A garota, então, precisou voltar para o centro cirúrgico para lavar a cavidade abdominal. Segundo Sandra, a cada sete dias, a menina tinha uma nova complicação, o que a levou a um quadro de desnutrição grave. “Os médicos falavam que não tinha muito o que fazer. Todos os dias me aconselhavam ‘se despede da sua filha porque a gente não sabe como vai ser o dia de amanhã. Precisei me despedir da Helena algumas vezes na UTI. Em menos de dois meses, foram sete cirurgias, uma mais grave do que a outra. São 12, ao longo dos últimos quatro anos”, conta a mãe. Reabilitação do intestino Em junho de 2020, Helena passou por uma cirurgia decisiva para que os médicos tentassem salvar seu intestino. Embora o objetivo fosse recuperar ao menos 70 centímetros do órgão, apenas 25 cm estavam em bom estado. O tratamento para reabilitação incluía a estratégia de nutrição parenteral, quando o paciente recebe os nutrientes via cateter. A disponibilidade limitada de um centro de reabilitação no Distrito Federal, que possibilitasse alta hospitalar para viver em casa enquanto fazia o tratamento, levou a família a se mudar para Porto Alegre. “Eu não conhecia ninguém em Porto Alegre, mas queria que a minha filha tivesse o mesmo direito do irmão, de ter uma vida saudável e não ficar restrita a uma vida no hospital”, conta Sandra. Helena foi tratada no Hospital Moinhos de Vento, onde os pais foram treinados para fazer a nutrição parenteral e os curativos seguindo todos os protocolos de higiene, uma exigência para que a menina não precisasse morar na unidade de saúde. O empenho da família garantiu a Helena uma vida normal: ela comparecia à escola, passeava em parques e tinha uma alimentação igual a do irmão. A evolução foi tão boa que possibilitou reduzir a alimentação via cateter a duas vezes na semana. Tratamento com remédio Nesse mesmo período, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do Revestive no país. O medicamento é indicado para o tratamento de pacientes com 1 ano de idade ou mais com síndrome do intestino curto, que estejam dependentes de suporte parenteral. O tratamento melhora a capacidade de absorção do intestino, fazendo com que os pacientes não necessitem receber os nutrientes via cateter. Em março de 2023, com a utilização do remédio, Helena foi liberada da nutrição parenteral. “Foi uma vitória. O processo todo foi muito doído e a Helena está conseguindo ganhar peso e ter uma evolução muito boa só com o suporte do medicamento”, afirma Sandra. A família voltou a Brasília em janeiro deste ano. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias Hormônio do crescimento também tem efeito na regulação da ansiedade 13 de dezembro de 2023 Conhecido por seu papel no crescimento de todos os tecidos do corpo humano, o hormônio do crescimento (GH, da sigla em inglês growth hormone) é também um poderoso ansiolítico. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) aprofundou o entendimento sobre a capacidade do GH em reduzir… Read More
Notícias Escoliose infantil: quando a cirurgia é uma opção? Entenda 11 de setembro de 202311 de setembro de 2023 Geralmente, associamos problemas na coluna às pessoas mais velhas. No entanto, as crianças também podem sofrer com doenças nesta região do corpo, como a escoliose infantil. Nesses casos, quanto antes identificar o diagnóstico, maiores as chances no sucesso do tratamento. O que é a escoliose? A escoliose é uma deformidade… Read More
Notícias Aprenda como fazer receita proteica de ora-pro-nóbis com costelinha 6 de fevereiro de 2024 Além de nutritiva, a ora-pro-nóbis (OPN) é extremamente versátil na cozinha, pois pode ser usada em diferentes receitas. A planta é rica em vários nutrientes, mas principalmente a proteína: são 22 g do macronutriente para cada 100 g de planta. Para aproveitar ainda mais os benefícios da ora-pro-nóbis, uma solução… Read More