Mpox: o que se sabe sobre a nova cepa identificada no Brasil Ouvir 10 de março de 2025 O Ministério da Saúde confirmou, na sexta-feira (7/3), o primeiro caso de mpox provocado pelo clado 1b no país. Até então, os diagnósticos eram relacionados apenas à variante 2b, que se espalhou globalmente em 2022. A paciente infectada pela nova variante é uma mulher de 29 anos, moradora da região metropolitana de São Paulo. Ela informou às autoridades que teve contato com uma família do Congo, onde há grande circulação do vírus. “Apesar de a gente esperar que em algum momento essa cepa chegaria ao Brasil, é uma preocupação. A introdução dela pode levar a quadros mais graves, principalmente em populações mais vulneráveis, como pacientes imunossuprimidos e com HIV”, aponta o médico Alberto Chebabo, infectologista da Dasa. Leia também São Paulo Mpox: moradora da Grande SP é o 1º caso de nova cepa da doença no país Saúde Inglaterra confirma novo caso de mpox com variante mutada Saúde EUA registra 1° caso de nova cepa da mpox. Saiba sintomas da doença Saúde OMS aprova vacina da Bavarian Nordic contra mpox para adolescentes Médicos ouvidos pelo Metrópoles esclarecem as principais dúvidas sobre o mpox e explicam quais são as principais diferenças entre as cepas do vírus. Quais são as diferenças entre as cepas? De acordo com o médico Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a as diferenças entre os clados 2b e 1b da mpox estão relacionadas à forma como a doença se manifesta, à gravidade dos sintomas e à forma de transmissão. Quais são os sintomas na nova cepa da mpox? O clado 1b, detectado recentemente no Brasil, causa lesões que podem ser espalhadas pelo corpo ou aparecer em áreas específicas. Já o clado 2b, que se espalhou globalmente em 2022, costuma causar lesões principalmente na região anogenital. “Adultos tendem a desenvolver lesões principalmente na região genital e urinária, enquanto crianças apresentam uma erupção mais espalhada pelo corpo”, afirma Barbosa. Além das erupções na pele, o pacientes com mpox também costumam apresentar sintomas como febre, gânglios, cansaço e outros sinais inespecíficos. 11 imagens Fechar modal. 1 de 11 A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas Jackyenjoyphotography/ Getty Images 2 de 11 Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas koto_feja/ Getty Images 3 de 11 Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família “ortopoxvírus”. A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia Wong Yu Liang/ Getty Images 4 de 11 Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses Jackyenjoyphotography/ Getty Images 5 de 11 Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi Jackyenjoyphotography/ Getty Images 6 de 11 A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose A Mokhtari/ Getty Images 7 de 11 A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas David Talukdar/Getty Images 8 de 11 A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção bymuratdeniz/ Getty Images 9 de 11 Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem Isai Hernandez / Getty Images 10 de 11 A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas Sebastian Condrea/ Getty Images 11 de 11 O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images A nova cepa é mais perigosa? Quando o clado 1b foi identificado no Congo, os médicos notaram pacientes com quadros que evoluíam com maior risco de complicação, internação hospitalar e óbitos. No entanto, a cepa não teve o mesmo comportamento fora do país africano. Os casos registrados na Europa e nos Estados Unidos se mostraram mais brandos. O infectologista Alberto Chebabo explica que ainda é cedo para saber como a cepa se comportará no Brasil. Mais estudos precisam ser feitos para entender o vírus. “É uma cepa que ainda está em observação para ver como as infecções vão evoluir, se serão mais graves do que as cepas anteriores (do clado A) e se vão evoluir com quadros mais graves ou não, como aconteceu no Congo”, explica Chebabo. Ela é mais transmissível? Embora demonstre ser mais grave, a cepa do clado 1b parece ter a capacidade de transmissão semelhante às anteriores. “É uma cepa que tem uma capacidade de transmissão bastante importante, principalmente no contato íntimo e sexual. Então tem um risco grande de disseminação, da mesma forma que as cepas anteriores”, afirma Chebabbo. O infectologista Alexandre Naime Barbosa destaca que alguns estudos indicam que o clado 1b pode ter uma transmissão mais lenta do que o 2b, com um tempo de incubação mais longo e uma taxa de reprodução menor em algumas regiões, o que pode limitar a disseminação em larga escala. O diagnóstico e tratamento mudaram? O diagnóstico ainda é feito pelo exame PCR do material da lesão, disponível tanto na rede pública quanto privada de saúde. Sobre o tratamento, Barbosa explica que o antiviral tecovirimat, usado em pacientes com mpox no surto de 2022, pode ser menos eficaz contra a 1b em comparação com o clado 1a. Como se proteger da mpox? A mpox é uma doença viral transmitida principalmente pelo contato direto com lesões na pele, secreções corporais e objetos contaminados. Por isso, para reduzir o risco de infecção, é importante evitar contato próximo com pessoas que apresentem lesões suspeitas, incluindo beijos, abraços e relações sexuais. “A higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel deve ser feita regularmente, especialmente após tocar superfícies em locais públicos. O compartilhamento de objetos de uso pessoal, como toalhas, roupas de cama e talheres, também deve ser evitado”, pontua o infectologista Alexandre Naime Barbosa. De acordo com o médico, em locais fechados e com grande circulação de pessoas, o uso de máscara pode auxiliar na redução do risco de transmissão. Além disso, a vacinação, quando disponível, é recomendada para grupos de maior risco. O médico Alberto Chebabo recomenda também a redução do número de contatos sexuais, principalmente em localidades com alto risco de transmissão, e a utilização de preservativos para reduzir o risco de contato com o vírus e de ter a doença. Pessoas doentes, com lesões da mpox, devem evitar ter contato com outros indivíduos, permanecendo em isolamento para diminuir o risco de transmissão inclusive dentro de casa. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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