Mulher aplica injeções para recuperar cabelo e tem alergia grave Ouvir 28 de fevereiro de 2024 A influencer Cris Felix, de 36 anos, ficou internada por cinco dias na UTI após ter uma grave alergia a um composto injetado em seu couro cabeludo para estimular o crescimento de cabelo. “Eu vinha enfrentando uma queda capilar desde outubro e nada resolvia. Estava ansiosa para resolver e nenhuma suplementação, nenhum tônico, estava trazendo resultados”, lembra ela, em entrevista ao Metrópoles. Em janeiro, a influencer decidiu buscar a intradermoterapia capilar, a aplicação de substâncias direto no couro cabeludo para potencializar sua ação. Porém, ela já sentiu dores intensas desde a primeira sessão que não passaram com a anestesia. Leia também Saúde Medicamento para asma reduz alergia alimentar grave, mostra estudo Saúde Ovo também pode provocar alergia. Saiba principais sintomas Saúde Problemas de pele: veja como calor pode aumentar risco de alergias Saúde Alergia respiratória pode evoluir para sinusite. Confira os sintomas “Cada uma das injeções doía como a picada de uma abelha e são mais de 30 para cobrir a área toda da cabeça. Eu sentia o líquido descendo nas minhas têmporas nas horas seguintes. Alertei a biomédica que estava fazendo a aplicação, mas ela dizia que sentir dor no tratamento era normal”, lembra Cris. Tratamento para crescimento de cabelo Os profissionais ouvidos pelo Metrópoles reconhecem que o processo da intradermoterapia capilar é doloroso, mas acreditam que, no caso de Cris, não houve a correta avaliação médica. “Este tipo de terapia é muito eficaz no tratamento mas, antes de qualquer aplicação, devemos avaliar o paciente para saber se ele tem alguma alergia aos produtos que serão usados, aos princípios ativos. O ideal é fazer a aplicação em uma clínica especializada para garantir que o produto aplicado seja estéril e livre de contaminações”, explica o dermatologista Marcos Kawasaki, de São Paulo. Cris foi aconselhada a fazer nove sessões de aplicações, mas suportou apenas quatro. Ela experimentava dores crescentes a cada sessão, que eram realizadas semanalmente. “Na terceira vez, senti uma dor absurda e comecei a perceber inchaço no olho, mas a profissional dizia que era a reação esperada e eu queria muito ver meu cabelo voltar a crescer”, lembra Cris. A tricologista (especialista em saúde capilar) Viviane Coutinho, do Rio de Janeiro, ressalta a importância de escolher um profissional qualificado e que esteja atento aos sintomas do paciente. “É normal que ocorram hematomas, inchaços, coceiras e dores na área da aplicação — porém, a intensidade faz com que se liguem os alertas. Se alguém estiver sentindo dores em excesso ou outros sintomas alérgicos, é necessário procurar um profissional”, completa ela. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (2) Alopecia é uma condição caracterizada pela queda exagerada dos fios de cabelo. Pode acometer homens e mulheres em todas as idades e tem como principal indicativo a perda de mais de 100 fios por dia FatCamera ***Foto-pessoa-segurando-uma-escova-cheia-de-cabelos-e-uma-das-maos-cheia-de-cabelo-tambem-2.jpg O aumento da quantidade de fios deixados no travesseiro e percepção de queda abrupta dos cabelos durante o banho ou ao penteá-los são alguns dos primeiros sinais. Além disso, a falta de cabelo ou a presença de poucos fios em certas regiões do couro cabeludo também podem indicar alopecia Aleksandr Zubkov/ Getty Images ****Foto-pessoa-com-alopecia-2.jpg Entre as causas para o desenvolvimento do problema estão: doenças como hipotireoidismo e hipertireoidismo, lúpus eritematoso sistêmico, líquen plano, sífilis secundária e uso de certos medicamentos FatCamera/ Getty Images ****Foto-pessoa-com-as-maos-na-cabeca-em-desespero.jpg Além disso, reação hormonal no pós-parto, deficiência de ferro, zinco, biotina e proteína, uso de produtos químicos perigosos, micose no couro cabeludo ou até mesmo estresse podem desencadear a condição Francesco Carta fotografo/ Getty Images ****Foto-pessoa-com-alopecia-4.jpg A alopecia pode ser classificada como areata, androgenética, traumática, seborreica e eflúvio. Giuseppe Elio Cammarata/ Getty Images ****Foto-pessoa-com-alopecia-3.jpg A alopecia traumática pode ser causada por traumatismo na cabeça ou pelo hábito frequente de arrancar os fios de cabelo. A seborreica é causada por uma dermatite, que pode ser tratada com o uso de medicamentos FatCamera/ Getty Images ****Foto-pessoa-segurando-uma-escova-cheia-de-cabelos-e-uma-das-maos-cheia-de-cabelo-tambem.jpg Já a alopecia eflúvio é caracterizada pela queda natural de cabelos. Contudo, nesta condição, a queda dos fios é acentuada e duradoura RUNSTUDIO/ Getty Images ****Foto-pessoa-careca-ao-lado-de-uma-pessoa-com-cabelos-longos-presos.jpg Ao apresentar queda fora do comum é importante consultar um dermatologista. Quanto antes a condição for identificada, mais eficiente será o tratamento FatCamera/ Getty Images ****Foto-pessoa-com-uma-grande-falha-no-couro-cabeludo.jpg Em casos mais graves e com diagnóstico tardio, algumas opções terapêuticas específicas podem ser indicadas, tais como: uso de medicamentos orais ou tópicos que favoreçam o crescimento dos cabelos e previnam a queda Peter Dazeley/ Getty Images ***Foto-pessoa-passando-produto-no-cabelo.jpg Já nos casos mais leves, o especialista pode indicar suplementação alimentar ou a utilização de produtos cosméticos em loção ou ampolas, que também favorecem o crescimento dos fios Diego Cervo / EyeEm/ Getty Images Voltar Progredir 0 Alergia quase levou à falência renal Na quarta sessão, a dor foi insuportável e Cris nem conseguiu aplicar todas as injeções. “Tomei um remédio para dor a cada duas horas e não melhorava, até que ela me aconselhou a ir ao pronto-socorro”, conta a influencer. No hospital, Cris descobriu que estava tendo alergia a algum dos componentes do tratamento, mas até agora não se sabe qual deles ou se houve uma intoxicação. As injeções aplicadas eram compostas, até onde ela foi informada, de multivitamínicos mesclados com minoxidil, um remédio é usado para favorecer o crescimento de cabelo. “A alergia era tão intensa que eu estava com os rins quase parando. Tive que ficar cinco dias na UTI me recuperando da crise alérgica e até agora não tenho um diagnóstico fechado. Nunca tinha tido uma reação dessas na minha vida”, afirma. Cris se recuperou da alergia e voltou a trabalhar nessa terça-feira (27/2). Até agora, porém, ela não conseguiu encontrar um tratamento que favoreça o crescimento de seu cabelo. “Vou buscar uma terapia mais segura e com um profissional que eu já conheça para não passar por isso de novo. Não desejo para ninguém”, diz. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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