Nevoeiro cerebral da Covid longa é causado por hemorragias, diz estudo Ouvir 26 de fevereiro de 2024 Cerca de 10% das pessoas que tiveram Covid-19 desde o início da pandemia, em 2020, experimentaram a Covid longa, quando os sintomas da doença duram mais de 12 semanas. Entre eles, mais da metade tiveram o cérebro afetado pela doença, relatando problemas de memória e um declínio da capacidade cognitiva que ficou conhecida como nevoeiro cerebral. Apesar da grande quantidade de pessoas com o quadro, até agora a ciência ainda não sabia o que causava a doença. Um estudo publicado quinta-feira (22/2) na revista Nature Neuroscience propõe uma hipótese. Leia também Saúde Covid longa: estudo relaciona nevoeiro cerebral à falta de serotonina Saúde Covid longa: nevoeiro cerebral pode durar até 2 anos após a infecção Saúde Mulheres têm mais nevoeiro cerebral após Covid, diz estudo do Sarah Saúde Nova pesquisa mostra consequências da Covid longa em crianças Os pesquisadores irlandeses descobriram que em algumas pessoas a Covid-19 levou à destruição de microvasos sanguíneos no cérebro, o que gerou hemorragias quase imperceptíveis, debilitando a saúde do órgão e, consequentemente, a memória. Em alguns casos, as perdas foram irreversíveis. “É a primeira vez que se consegue comparar o cérebro de pessoas com Covid longa que tiveram e ou não sintomas de declínio cognitivo e mostrar como a névoa cerebral se associou às pequenas hemorragias”, explica o neurologista Matthew Campbell, um dos autores da pesquisa, em comunicado à imprensa. Estudo fez perfil de quem teve o nevoeiro cerebral O estudo foi feito com 76 pacientes que estiveram internados ainda na primeira onda da Covid-19, em abril 2020. Os indivíduos tinham cerca de 44 anos e tiveram sintomas de Covid longa como falta de ar, fadiga e tosse prolongadas. A pesquisa indicou que as pessoas que mais relataram nevoeiro cerebral foram os pacientes com idade mais avançada (média de 53,7 anos). O grupo também precisou de suplementos de oxigênio quando internados. Para Campbell, a descoberta pode ajudar a encontrar tratamentos possíveis para a sensação de esquecimento pós-Covid, mas ainda não há uma resposta sobre como ela poderá ser combatida. Cópia de 3 Cards_Galeria_de_Fotos (16) Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada Freepik ***Criança doente Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo Pixabay ***criança doente Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais iStock ***Covid-Gripe-Omicron-Delta Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar Getty Images ***Covid-Gripe-Omicron-Delta-3 A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus Freepik ***covid longa Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo Metrópoles ***ansiedade-isolamento-pandemia-sindrome-saude Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma “segunda onda” dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo Getty Images ***idoso-covid-ômicron-hospitalização-saúde Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia Getty Images ***foto-covid-longa Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa Getty Images ***foto-covid-longa Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns Getty Images ***foto-covid-longa O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52% Getty Images ***foto-covid-longa Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade Getty Images Covid longa(4) O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar Getty Images Voltar Progredir 0 Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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