Por que usar protetor solar em dias nublados é importante?

Você também tem o hábito de usar protetor solar em dias nublados ou apenas quando o sol dá as caras com mais força? 

A verdade é que embora muitos já tenham se cansado de ouvir que é importante usar protetor solar diariamente, nem todo mundo obedece a essa regra. Afinal, é mais comum se lembrar do filtro solar nos dias mais quentes do ano, especialmente em visitas ao litoral ou ao passar uma bela tarde à beira da piscina.

Entretanto, isso não significa que não usar protetor solar em dias nublados seja uma boa ideia ou que o descuido seja livre de perigos.

Mas por que usar protetor solar em dias nublados?

A regra é simples: se você vai sair de casa, você deve passar protetor solar, ainda que o dia esteja nublado ou chuvoso. Independente do clima, o uso diário do protetor solar não deve ser descartado.

Isso porque as nuvens não impedem que os perigosos raios ultravioleta A e ultravioleta B (UVA e UVB) penetrem na pele. Além disso, é importante ter em mente que o dano causado pelo sol pode ocorrer até mesmo em curtos intervalos de tempo passados do lado de fora.

Segundo o médico Tony Yuan afirmou para a Forbes, a Skin Cancer Foundation (Fundação do Câncer de Pele) apontou que as nuvens filtram menos de 25% dos raios UV que penetram na pele e são capazes não apenas de queimar a pele, mas também de causar câncer de pele.

Da mesma forma, de acordo com a American Academy of Dermatologists (Academia Americana de Dermatologistas), 80% dos raios de sol chegam ao solo em um dia nublado.

Mas, os números podem não ser precisamente exatos, pois as gotículas de água que constituem as nuvens dispersam parcialmente os raios UV, refletindo parte deles de volta ao espaço. Assim, a quantidade de radiação UV que chega à Terra em um dia nublado depende da espessura das nuvens.

Entretanto, por si só, o fato de alguma quantidade chegar por aqui já é motivo suficiente para usar protetor solar diariamente, até nos dias nublados.

Até porque quando a cobertura da nuvem é leve, estima-se que até 80% dos raios UV ainda estejam penetrando, portanto, o filtro solar é essencial para a proteção da pele. 

Já quanto mais grossa uma nuvem for, menores serão as chances de pegar uma queimadura solar, uma vez que nesse caso a intensidade dos raios UVB é reduzida. No entanto, os raios UVA, que contribuem para danos à pele a longo prazo, permanecem fortes mesmo quando está nublado.

Yuan ressaltou que ainda que as pessoas se sintam mais frescas em um dia nublado, a pele ainda é capaz de absorver a maioria dos raios UVA e UVB.

Por sua vez, a dermatologista Sara Perkins ressaltou que mesmo que o sol esteja mais forte ao meio-dia, uma pessoa ainda pode se queimar às 5h da tarde. O conselho da especialista é o seguinte: em caso de dúvidas, peque pela cautela e passe filtro solar.

Uma falsa sensação de segurança

A dermatologista Mona Mofid bem lembrou que são os raios UV e não a temperatura externa que podem provocar danos à pele e causar uma queimadura solar. Um dia frio ou nublado no verão pode ter níveis de UV similares a um dia quente e ensolarado.

Como se não bastasse, alguns estudos mostram que existem condições atmosféricas nas quais os raios UV podem refletir fora das extremidades das nuvens, o que os torna ainda mais poderosos quando o sol está raiando diretamente na sua pele.

Adicionalmente, se está ventando e uma pessoa fica com o rosto vermelho, é provável que ela tenha sofrido uma queimadura solar, já que “queimadura eólica” é algo que não existe.

A especialista explicou que o sol emite a perigosa luz ultravioleta ou UV, também conhecida como radiação UV, que é cancerígena. Ela atinge a superfície da Terra em vários níveis, dependendo da sua proximidade e ângulo em relação ao sol.

Mofid também esclareceu que a camada de ozônio, que tem sido reduzida, absorve muitos dos raios prejudiciais, assim como as nuvens podem bloquear parte da luz UV do sol. Entretanto, nenhum deles bloqueia toda a radiação perigosa e as pessoas geralmente têm uma falsa sensação de segurança, completou.

Inclusive, segundo o Cancer Council (Conselho do Câncer) da Austrália, além do dano solar também ser possível nos dias nublados, uma vez que os raios UV podem penetrar em algumas nuvens, ele pode ser ainda mais intenso devido ao reflexo das nuvens.

De acordo com a dermatologista, o risco de uma pessoa ter melanoma, que é o tipo mais letal de câncer de pele, dobra se essa pessoa teve mais de cinco queimaduras solares ao longo de sua vida.

Mais do que isso, ela alertou que mesmo uma única queimadura solar com bolhas na infância ou adolescência mais do que dobra as chances de uma pessoa desenvolver um melanoma no decorrer da sua vida.

Fontes e referências adicionais

• Summer Is Almost Over – Do I Still Need To Wear Sunscreen? (Hint: Yes), Yale Medicine
• 10 Myths About Sun Protection, Cancer Council
• Environmental Cues to Ultraviolet Radiation and Personal Sun Protection In Outdoor Winter Recreation, Arch Dermatol. Author manuscript; available in PMC 2012 May 31.
• Comprehensive Review of Ultraviolet Radiation and the Current Status on Sunscreens, J Clin Aesthet Dermatol. 2012 Sep; 5(9): 18–23.

Você tem o costume de usar protetor solar em dias nublados? Pretende adotar essa prática agora? Comente abaixo!

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