Pré-diabetes: condição antecede a diabetes, mas pode ser revertida Ouvir 1 de dezembro de 2024 A pré-diabetes é uma condição assintomática caracterizada pelo elevado nível de açúcar no sangue. Geralmente, o paciente descobre que está com o problema quando realiza seus exames de rotina. Se é uma pessoa que não acompanha a saúde, a fase pré passa desapercebida e o diagnóstico vem quando a diabetes, que é uma doença bem mais grave, já está instalada. “É importante desmistificar o conceito negativo de quem procura doenças acha, essa ideia leva muitas vezes as pessoas a não fazerem testes de rastreamento porque não querem encontrar uma doença. É importante que as pessoas entendam e adotem uma postura positiva, que é a de procurar para se cuidar”, afirma Maria Augusta Bernardini, diretora-médica da Merck Healthcare para Brasil e América Latina. Leia também Saúde Da cabeça aos pés: saiba reconhecer todos os sinais de diabetes Saúde Welder Rodrigues revela diagnóstico de diabetes. Saiba sintomas Saúde Dieta low carb auxilia no controle da diabetes tipo 2, mostra estudo Saúde Entenda como os bons hábitos podem auxiliar no controle da diabetes De acordo com a literatura médica mundial, pacientes com pré-diabetes, caso não tratem a condição, evoluem para diabetes em cinco anos. A diabetes é uma doença incurável que provoca complicações graves no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos, e pode levar à morte. Sintomas de pré-diabetes A pré-diabetes é considerada uma condição silenciosa, pois seus sintomas são muito sutis. O nutrólogo Durval Ribras Filho explica que, alguns sinais, sugerem níveis elevados de glicose no sangue, como: Aumento da sede e da fome; Cansaço e fadiga inexplicáveis; Urinar com mais frequência; Ter a visão embaçada e Escurecimento da pele, em algumas regiões do corpo. “A pré-diabetes é uma condição silenciosa, porque, na maioria das vezes, não apresenta sintomas perceptíveis pelo paciente. Porém, é possível detectá-la, precocemente, com exames laboratoriais simples. É essencial e recomendável que as pessoas com fatores de risco fiquem atentas e realizem esses exames regularmente”, comenta Durval Ribas Filho, que é presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. Os fatores de risco para a pré-diabetes são histórico de diabetes na família, resistência à insulina e excesso de peso. 14 imagens Fechar modal. 1 de 14 A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada Oscar Wong/ Getty Images 2 de 14 A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas moodboard/ Getty Images 3 de 14 A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo Peter Dazeley/ Getty Images 4 de 14 Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal Peter Cade/ Getty Images 5 de 14 A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais Maskot/ Getty Images 6 de 14 Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta Artur Debat/ Getty Images 7 de 14 A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros Chris Beavon/ Getty Images 8 de 14 Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento Guido Mieth/ Getty Images 9 de 14 É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença GSO Images/ Getty Images 10 de 14 Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco Thanasis Zovoilis/ Getty Images 11 de 14 Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções Peter Dazeley/ Getty Images 12 de 14 O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes) Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images 13 de 14 Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle Oscar Wong/ Getty Images 14 de 14 Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão Image Source/ Getty Images Diagnóstico e tratamento A glicemia (açúcar no sangue) de uma pessoa sem diabetes, em jejum, deve ser no máximo de 100 mg/dL. Para diagnosticar a diabetes, o indicador deve estar acima de 126 mg/dL em jejum. O pré-diabetes, por sua vez, corresponde a valores entre 100 mg/dL e 126 mg/dL em jejum. Os exames indicados para detectar se um indivíduo é pré-diabético são o de glicose em jejum, o teste de hemoglobina glicada (HbA1c) e a tolerância oral à glicose (TOTG). Pré-diabetes é reversível Ao contrário da diabetes, que é incurável, a pré-diabetes é reversível. “As medidas para reverter a pré-diabetes são muito mais simples do que as necessárias para controlar a diabetes – a maioria dos casos é resolvida com mudanças de vida. São tratamentos menos complexos, mais disponíveis, que geram um impacto extremamente positivo para o indivíduo e para a saúde pública”, aponta a diretora-médica da Merck. O primeiro protocolo de tratamento da pré-diabetes se baseia em dieta equilibrada, exercício físico, controle do peso e redução do estresse. Em alguns casos, as medidas não farmacológicas não são suficientes e é necessário acrescentar medicação para diminuir os níveis de açúcar no sangue. A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda o uso da metformina para evitar o diabetes tipo 2 caso a primeira opção de tratamento do pré-diabetes falhe. O remédio é especialmente desejável para pessoas com menos de 60 anos, pessoas com obesidade, mulheres com história de diabetes gestacional, na presença de síndrome metabólica e pacientes com hipertensão. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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