Sem drama: homens e mulheres se recuperam da gripe de forma diferente Ouvir 16 de julho de 2024 O termo “gripe masculina” é uma brincadeira sobre os homens, que quando estão com infecções respiratórias leves, como resfriados, supostamente exageram nos sintomas e fazem um “drama” exagerado, enquanto uma mulher, também doente, continua seus afazeres da rotina normalmente. De acordo com a professora de enfermagem Thea Van de Mortel, da Universidade de Griffith, na Austrália, as evidências sugerem que os homens podem não estar exagerando os sintomas e que podem demorar mais para se recuperar de uma infecção. Assim, eles experimentariam a gripe de forma mais severa do que as mulheres sentem um resfriado. “Dê uma folga aos homens da sua vida. Se eles estiverem doentes, estereótipos de gênero não ajudam e podem desencorajá-los a procurar aconselhamento médico”, explica a especialista em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation. Leia também Saúde Febre e coriza? Confira 7 sintomas que sinalizam a gripe Saúde Médica ensina a diferenciar a gripe do resfriado Saúde Mais eficaz: como funciona a vacina combinada contra gripe e Covid Saúde Infectologista alerta para a importância de se vacinar contra a gripe Elas se recuperam mais rápido Thea conta que não é simples descobrir exatamente qual é o diagnóstico de um homem gripado, que pode estar com um resfriado, gripe, ou até mesmo um caso leve de Covid-19. “Digamos que a ‘gripe masculina’ seja um resfriado. Se for esse o caso, as duas condições possuem características semelhantes. Ambas são causadas por vírus, melhoram com repouso, fluidos e, se necessário, analgésicos, pastilhas para garganta ou descongestionantes para controlar os sintomas”, escreve. Porém, um estudo feito por cientistas da Universidade de Innsbruck, na Áustria, e publicado em 2022, mostra que, no caso de rinossinusites agudas — que causam inflamação das passagens e seios nasais, que explicariam o nariz escorrendo ou entupido, dor de cabeça ou no rosto –, homens e mulheres se recuperam de forma diferente. No início do estudo, eles e elas tinham sintomas semelhantes. Mas nos dias cinco e oito da investigação, as mulheres já estavam com menos sintomas ou menos graves. Em outras palavras, as mulheres se recuperaram mais rápido. No entanto, quando os voluntários classificaram seus próprios sintomas, o quadro se mostrou um pouco diferente. As mulheres disseram se sentir pior do que os pesquisadores as classificaram no início, mas os sintomas passaram em poucos dias. “Tudo isso sugere que os homens não estavam exagerando seus sintomas e, de fato, se recuperaram mais lentamente. Também mostra que as mulheres sentem seus sintomas mais fortemente no início”, explicou a professora. Não é fácil entender o que acontece biologicamente Existem diferenças nas respostas imunológicas entre homens e mulheres que fornecem uma razão plausível para sintomas piores em homens. As mulheres geralmente produzem anticorpos de maneira mais eficiente, o que resulta em uma resposta mais eficaz à vacinação, por exemplo. Além disso, outros componentes do sistema imunológico feminino também tendem a ser mais fortes. “As mulheres podem ter respostas imunológicas mais fortes no geral, provavelmente porque têm dois cromossomos X, enquanto os homens só têm um. Os cromossomos X carregam genes importantes da função imunológica. Isso dá às mulheres o benefício de genes relacionados à imunidade de dois cromossomos diferentes”, esclarece Thea. O estrogênio, hormônio sexual feminino, também fortalece a resposta imunológica. À medida que os níveis de estrogênio variam ao longo da vida, a força do sistema imunológico das mulheres também se altera. Os homens têm maior probabilidade de morrer de algumas doenças infecciosas, como a Covid-19. No entanto, a situação é menos clara com outras infecções, como a gripe, onde a incidência e a mortalidade entre homens e mulheres varia amplamente dependendo do país, dos subtipos do vírus e dos surtos específicos. A professora explica que as taxas de infecção e os resultados em homens e mulheres podem variar com base na forma de transmissão do vírus, na idade e em fatores sociais e comportamentais. Por exemplo, as mulheres tendem a adotar mais comportamentos de proteção, como lavar as mãos, usar máscaras e evitar espaços internos lotados. Além disso, elas são mais propensas a procurar atendimento médico quando estão doentes. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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