Vape altera o DNA da boca tanto quanto o cigarro, sugere estudo Ouvir 21 de março de 2024 Fumar vape pode levar a alterações prejudiciais do DNA semelhantes às de pessoas que fumam cigarro convencional. Uma pesquisa feita por cientistas ingleses apontou que os efeitos nocivos do tabagismo no funcionamento genético do organismo são semelhantes. O estudo foi publicado na revista científica Cancer Research na terça-feira (19/3). Embora a pesquisa ainda não aponte se os cigarros eletrônicos levam a cânceres semelhantes aos causados pela versão tradicional, ela é um indicativo de que, a longo prazo, as alterações genéticas podem favorecer a formação de tumores. Leia também Saúde Aos 25, jovem que usava vape diariamente fica com “buraco” no pulmão Saúde Técnica inédita salva usuário de vape que perdeu pulmões aos 34 anos Saúde Uso de vape tem impacto na saúde bucal. Veja sinais de alerta Saúde Criança asmática de 12 anos fica em coma devido ao uso de vape “Usuários de vape apresentam algumas alterações epigenéticas nas células bucais semelhantes às dos fumantes e elas estão associadas ao futuro desenvolvimento de câncer de pulmão. Cigarros eletrônicos parecem ter menos impacto, mas eles não são seguros”, resume a geneticista Chiara Herzog, líder do estudo, em comunicado à imprensa. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1) Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta Martina Paraninfi/Getty Images ****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-3.jpg Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil Leonardo De La Cuesta/Getty Images ****Foto-cigarro-eletronico-2.jpg No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários Dirk Kruse / EyeEm/Getty Images *****Foto-cigarro-e-cigarro-comumeletronico-1.jpg Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) Martina Paraninfi/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-9.jpg Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina Yana Iskayeva/Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-4.jpg Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena Shahril Affandi Khairuddin / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-1.jpg Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina sestovic/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-6.jpg Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões RyanJLane/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-8.jpg O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-4.jpg O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer Diego Cervo / EyeEm/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-2.jpg Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer hocus-focus/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-5.jpg Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo HEX/Getty Images *****Foto-pessoa-fumando-cigarro-eletronico-7.jpg Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo Getty Images *****Foto-cigarro-eletronico-3.jpg As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha Daniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images Voltar Progredir 0 Vape foi associado a genes perigosos O estudo foi feito analisando geneticamenteas amostras colhidas das bochechas e no sangue de 3,5 mil voluntários. Alguns deles não fumavam, outros eram usuários de cigarro tradicional ou da versão eletrônica. Pessoas que usavam ambas formas de fumo foram desconsideradas. Para entrar no grupo de usuários de vape, a pessoa não poderia ter fumado mais que 100 cigarros na vida. Os considerados fumantes também não podiam fazer uso habitual, mais que uma vez ao mês, de vape. A intenção de selecionar dois pontos para a coleta de amostras (sangue e boca) foi identificar se regiões diretamente expostas ao fumo, como a boca, tinham mais alterações que as indiretamente atingidas. Ao comparar os exames com os de pessoas que não tinham o hábito de fumar, os pesquisadores descobriram que as células da boca de fumantes tinham alterações substanciais em suas informações genômicas, seja nos grupos de cigarro eletrônico ou tradicional. Estas alterações são condizentes com as de estágios pré-cancerosos, com crescimento rápido e anormal das células mais expostas à fumaça. As células do sangue não tinham alterações. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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