IA na saúde mental: como a tecnologia pode revolucionar o atendimento? Ouvir 19 de setembro de 2023 O sistema de saúde britânico está implementando ferramentas baseadas na inteligência artificial para ajudar médicos nos atendimentos relacionados à saúde mental em ambientes clínicos de grande escala. Nos EUA, as seguradoras de saúde estão testando soluções semelhantes. E o que isso significa? A IA pode democratizar o acesso a tratamentos de forma mais eficiente? Leia mais: Como a inteligência artificial pode ajudar na saúde mental Startup desenvolve algoritmo baseado em IA capaz de detectar possíveis casos de burnout Câncer: Google e EUA trabalham em microscópio com IA para identificar doença O entendimento é de que a IA tem o potencial de auxiliar os sistemas de saúde a lidarem com uma sobrecarga de pacientes que precisam de cuidados, inclusive para a saúde mental. Pensando nisso, uma ferramenta de diagnóstico “e-triage” da Limbic, uma startup britânica de IA, já examinou mais de 210 mil pacientes com uma precisão reivindicada de 93% nos oito transtornos mentais mais comuns, incluindo depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. IA tem um grande potencial de auxiliar os sistemas de saúde. (Imagem: Pexels) Impacto da IA no Serviço Nacional de Saúde O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido descobriu que o chatbot fornece aos seus psicólogos e psiquiatras informações para ajudá-los a determinar a gravidade e urgência das necessidades de um paciente em potencial. Com isso, os erros de diagnósticos diminuem. A empresa afirma, ainda, que a ferramenta utiliza cerca de 40 minutos para uma avaliação clínica detalhada, liberando os médicos para examinar mais pacientes e reduzir as listas de espera. A abordagem da Kintsugi nos EUA Nos EUA, a Kintsugi, uma startup, arrecadou mais de US$28 milhões de investidores utilizando uma abordagem diferente: uma ferramenta de análise de voz alimentada por IA, que procura sinais de depressão clínica e ansiedade em pequenos trechos de fala. Grace Chang, CEO da Kintsugi, destaca a importância de não apenas o que é dito, mas como é dito. O sistema da Kintsugi utiliza dados de 250 mil pessoas que mantiveram diários orais para identificar “biomarcadores de voz”. Desafios e preocupações De acordo com o psicólogo Marcos Raul de Oliveira, o futuro da IA na psicologia e na pesquisa em saúde mental representa uma trajetória irreversível, com cenários que ainda não foram completamente explorados. “Temos, como tecnologias da Inteligência, objetos inerentes àqueles que os criaram e os usam. São discussões além de técnicas, mas de responsabilidade e contextos. Creio que os profissionais precisarão se reinventarem e adquirir novos conhecimentos, mas antes da IA, já precisavam”, afirma. Em entrevista ao Olhar Digital, ele enfatizou que a tecnologia representa uma ferramenta valiosa para analisar registros médicos, históricos de pacientes e até mesmo imagens cerebrais, a fim de identificar possíveis padrões associados a transtornos mentais – caso existam. Outra possibilidade é oferecer suporte na tomada de decisões clínicas, capacitando os profissionais a efetuarem diagnósticos e prognósticos informados e atualizados. No entanto, é crucial sempre se recordar da complexidade e singularidade da experiência humana. Diagnósticos em saúde mental frequentemente envolvem nuances e contextos individuais que são desafiadores de serem capturados apenas por algoritmos. Neste sentido, a IA pode ser uma excelente ferramenta complementar, mas não pode e nem deve substituir o julgamento clínico e a interação humana. O psicólogo destaca que a utilização da IA no diagnóstico de transtornos é um tema de grande relevância e complexidade, uma vez que a eficácia dos algoritmos depende de conjuntos extensos de dados para treinamento. Se esses dados não forem representativos ou contiverem vieses, os algoritmos podem fazer diagnósticos imprecisos ou injustos. O que nos leva à privacidade, à coleta e armazenamento de dados de saúde mental que levantam preocupações sobre a vida do paciente e o potencial de uso indevido dessas informações. E aí vem a responsabilidade em caso de diagnóstico incorreto ou negligente, o que pode ser difícil determinar a responsabilidade entre a IA, os desenvolvedores do algoritmo e os clínicos, o que leva ao produto de omissão ou opressão. Marcos Raul de Oliveira ressalta que, conforme a tecnologia evolui, será crucial abordar essas preocupações de forma proativa, garantindo que ela seja usada de maneira responsável e ética no campo da saúde mental. Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal! O post IA na saúde mental: como a tecnologia pode revolucionar o atendimento? apareceu primeiro em Olhar Digital. Notícias
Notícias Entendendo a Síndrome dos Ovários Policísticos: Causas, Sintomas e Tratamentos 17 de julho de 202517 de julho de 2025 A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição hormonal comum que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Caracterizada pela presença de múltiplos cistos nos ovários, a SOP pode causar uma variedade de sintomas, desde irregularidades menstruais até problemas de fertilidade. Neste artigo, vamos explorar as causas, sintomas… Read More
Notícias Câncer do colo do útero: estudo traz avanços pela 1ª vez em 20 anos 24 de outubro de 2023 Uma nova esperança para pacientes com câncer de colo de útero de alto risco: pela primeira vez em 20 anos, um estudo mostra avanços no tratamento da doença. Em colaboração com oncologistas brasileiras, a pesquisadora Domenica Lorusso, professora de Obstetrícia e Ginecologia na Universidade Católica de Roma, na Itália, conseguiu… Read More
Saiba 5 cuidados para quem deseja fazer uma cirurgia bariátrica 7 de maio de 2025 A cirurgia bariátrica voltou ao centro das atenções após a influenciadora Thais Carla anunciar que passou pelo procedimento. Embora o tipo exato da cirurgia não tenha sido divulgado, o caso reacendeu debates importantes sobre os cuidados, os riscos e os mitos que ainda cercam o tratamento cirúrgico da obesidade severa…. Read More