Menina de 10 anos volta à vida após 70 minutos de reanimação cardíaca Ouvir 5 de julho de 2024 Para Lara Sousa, de 10 anos, foi como nascer de novo. Para a mãe dela, Helen, de 29, aconteceu um milagre. A menina brasiliense passou por 70 minutos de manobras de ressuscitação no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) até conseguir voltar à vida no dia 9 de junho. Em geral, não há sobreviventes após 50 minutos de reanimação cardíaca. Lara, que nunca havia apresentado nenhum sintoma de problemas cardíacos, teve um infarto enquanto brincava em uma piscina, em Planaltina, no Distrito Federal. Quando o coração da garotinha parou, ela começou a se afogar. “Minha filha estava brincando com a irmã dela na piscina, no aniversário de uma amiga. Estávamos perto, e ela sempre nadou bem. De repente, ouvi um grito desesperado da Clara (irmã). Quando tiraram a Lara da piscina, ela estava com a pele roxa, os dentes travados e os olhos arregalados. Nunca vou esquecer a angústia de vê-la assim”, lembra a dona de casa Helen Ketlen Sousa. Leia também Claudia Meireles RCP: aprenda a fazer a técnica de ressuscitação em paradas cardíacas Distrito Federal Criança de 7 anos passa mal, tem parada de cardíaca e morre no Entorno Saúde Parada cardíaca pode apresentar sintoma prévio. Entenda Saúde Jovem tem parada cardíaca por trombose após diagnóstico de ansiedade 70 minutos de ressuscitação Uma técnica de enfermagem que estava na festa tentou fazer ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e respiração boca a boca em Lara, mas a menina estava com a mandíbula travada e era impossível tirar a água de dentro dela. As pessoas presentes na comemoração pediram ajuda ao Corpo de Bombeiros, mas os profissionais também não conseguiram reanimar a criança. Lara foi levada ao Hospital de Planaltina, e lá os médicos perceberam que ela necessitava de uma UTI com urgência, mas não havia leito disponível. A criança foi colocada em uma ambulância, que partiu a toda velocidade para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). No banco da frente, ao lado do motorista, a mãe acompanhava tudo. “Nem me lembro direito o que passava na minha cabeça. Estava tão angustiada com aquilo. A imagem dela daquele jeito, tão perto de morrer, não sai da minha cabeça nem por um dia. Não consigo processar até agora tudo aquilo que aconteceu”, resume a mãe. Quando a menina chegou ao HBDF, foi colocada imediatamente no desfibrilador. O coração dela já não estava batendo, e os médicos decidiram mantê-la ali por 70 minutos até que o coração voltasse a bater. “Foi emocionante ver a reação do coração após quase termos perdido a esperança”, conta o médico Edvagner Carvalho, cardiologista especialista em estimulação cardíaca do HBDF, um dos responsáveis pela reanimação de Lara. O passo seguinte foi retirar a água dos pulmões da garotinha com drenos. A criança ficou intubada por cinco dias – período em que os médicos não faziam ideia exata de qual seria a extensão dos danos ocasionados pela parada cardíaca. Após alguns exames, os médicos descobriram que a menina tinha uma arritmia cardíaca que nunca havia sido diagnosticada. Pessoas com essa condição têm um problema no funcionamento do coração que aumenta o risco de paradas cardíacas. A arritmia, em geral, é causada por algum problema na estrutura do músculo cardíaco, mas os médicos ainda não sabem exatamente qual é o de Lara. 4 imagens Fechar modal. 1 de 4 Após 70 minutos de ressuscitação, menina de 10 anos volta à vida no Hospital de Base Reprodução/Acervo pessoal 2 de 4 Lara ao lado da equipe do Hospital de Base, no dia que foi liberada Reprodução/Acervo pessoal 3 de 4 Helen e Lara afirmam que renasceram Reprodução/Acervo pessoal 4 de 4 Lara ao lado da mãe e das irmãs um dia depois de retornar para casa Reprodução/Acervo pessoal Lara passou por cirurgia inédita no DF Apesar do prognóstico ruim, Lara sobreviveu quase sem sequelas e conseguiu ter alta hospitalar nesta quinta-feira (4/7). Após quase um mês de internação no HBDF, a menina voltou para casa. Antes, no entanto, precisou passar por uma cirurgia inédita. Ela foi a primeira criança brasilense a receber um cardiodesfibrilador implantável (CDI) na rede pública do DF. O equipamento funciona de forma parecida ao marcapasso, que ajuda pessoas com batimento cardíaco lento a ter uma frequência mais rápida e mais constante. Só que o cardiodesfibrilador implantável (CDI) não atua em tempo integral. Ele é um pequeno desfibrilador implantado dentro do coração de pessoas que já tiveram infartos. Ao detectar uma arritmia, o desfibrilador aplica um choque dentro da intensidade adequada para trazer o ritmo cardíaco de volta ao normal. Apesar do tratamento ter funcionado bem, a vida nova de Lara está cercada de cuidados. A menina deverá tomar medicamentos para o resto da vida e precisará evitar esforços intensos. “Ela ainda está muito assustada. Tem medo que as pessoas a toquem e tem estudado muito sobre seu tratamento. Até nos acostumarmos a essa vida nova, cada momento será um aprendizado”, conclui Helen. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias Câncer colorretal: mortes subiram 20,5% em 30 anos na América Latina 10 de outubro de 2023 A mortalidade por câncer colorretal está crescendo na América Latina. É o que revela um estudo conduzido pela Fiocruz, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pela Universidade de San Diego, na Califórnia. A pesquisa mostrou que, entre 1990 e 2019, a alta foi de 20,5% no número de pessoas… Read More
Bebê nasce sem ânus e mãe percebe ao ver a urina dele ficar verde 9 de outubro de 2023 O pequeno Charlie nasceu em agosto de 2022 com uma rara má-formação: o bebê inglês não tinha ânus e o fato só foi descoberto após ele começar a urinar na cor verde. Antes de completar o primeiro ano de vida, Charlie já tinha passado por seis cirurgias para tentar reparar… Read More
Notícias Ciência aponta fruta capaz de prevenir o declínio cognitivo 8 de novembro de 2023 Os pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, sugerem que comer uma xícara de morangos por dia pode melhorar o humor e reduzir o risco de demência. A descoberta foi publicada na revista Nutrientes, em 19 de outubro. Ao longo de 12 semanas, voluntários na meia idade e com… Read More