Coqueluche ou pneumonia? Médica explica como diferenciar sintomas Ouvir 11 de julho de 2024 O mundo está em alerta com o aumento dos casos de coqueluche. No primeiro semestre de 2024, diversos países registraram um crescimento significativo de pacientes diagnosticados com a doença, e o problema também gera preocupação para os Jogos Olímpicos de Paris. O Ministério da Saúde do Brasil emitiu duas notas técnicas na última semana alertando tanto os atletas quanto os turistas que se preparam para ir às competições na França a reforçarem seus esquemas de vacinação. Além da coqueluche, outra doença que merece atenção é a pneumonia, causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, em São Paulo, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 25.981 atendimentos e 28.703 internações causadas pela enfermidade. Diante do aumento dos casos, é fundamental saber diferenciar as duas doenças para garantir o diagnóstico correto e tratamento adequado. Coqueluche x pneumonia A médica infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia do DF, explica que a coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella pertussis, que está presente em todo o mundo. É conhecida por causar tosse intensa e prolongada, especialmente em crianças. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Já a pneumonia é uma infecção dos pequenos sacos de ar (alvéolos) do pulmão e tecidos circundantes. Pode ser causada por diferentes microrganismos, incluindo bactérias, vírus, micobactérias, fungos e parasitas. A doença apresenta sintomas como febre alta, dor no peito e dificuldade para respirar, e é uma das causas mais comuns de morte no mundo. Leia também Saúde Coqueluche: Brasil orienta atletas a se vacinarem antes das Olimpíadas Saúde Casos de coqueluche aumentam no mundo; entenda a doença Distrito Federal Coqueluche: em seis meses, DF registra o dobro de casos de 2023 São Paulo Pneumonia avança em São Paulo e crianças são as principais vítimas Como diferenciar? “A coqueluche causa febre que não é tão alta, dor de garganta e tosse, porque se desenvolve uma traqueíte (inflamação da traqueia) e bronquite. O principal sintoma é a tosse seca, persistente e irritante que pode durar duas, três semanas”, explica a médica infectologista. Já a pneumonia é uma doença que causa febre alta e dor no corpo. A tosse também existe, porém é considerada produtiva, com presença de catarro e expectoração. “O comprometimento pulmonar causado pelo pneumococcus pode levar à insuficiência respiratória. O pulmão adoece e não consegue fazer as trocas gasosas de forma adequada, o que não acontece na coqueluche. Se não for tratado, pode ser fatal”, complementa. Eliana explica que a tosse da coqueluche é totalmente característica. “É uma tosse metálica, persistente, em que o paciente chega a ficar roxo de tanto tossir. É totalmente diferente da pneumonia e é fácil fazer esse diagnóstico diferencial”, afirma. A coqueluche é uma doença causada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis Diagnósticos O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, pois os sintomas podem parecer os causados por resfriados ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da condição, mas o médico pode pedir coleta de material de nasofaringe para análise e confirmação da infecção. No caso da pneumonia, o diagnóstico começa com o médico analisando o histórico do paciente, incluindo a ocorrência anterior de outras enfermidades relacionadas ao trato respiratório. Também é realizado exame clínico, que consiste em ouvir o pulmão para verificar se há algum ruído que sugira a incidência de pneumonia. Caso exista suspeita da doença, pode ser feito o raio-x de pulmão, que permite confirmar, determinar o local e a extensão da infecção. Vacinação A forma mais eficaz de evitar a coqueluche é pela imunização. A vacina é fornecida para crianças de 2, 4 e 6 meses de idade e precisa do reforço aos 15 meses e 4 anos de idade na população pediátrica. Mulheres grávidas também devem tomar a vacina contra coqueluche e podem ser imunizadas a partir da 20ª semana de gestação. “A vacinação visa estimular a produção de anticorpos na mãe, que serão transferidos para o bebê. A partir do nascimento, esse bebê vai estar protegido até os dois meses de idade, quando vai começar o seu esquema vacinal. Os profissionais de saúde também têm indicação de se vacinar”, ensina o infectologista André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica, da rede Dasa no DF. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Cientistas do Japão criam porcos para transplante de órgãos em humanos 24 de fevereiro de 2024 Cientistas da empresa PorMedTec, da Universidade Meiji (Japão), criaram pela primeira vez porcos modificados para transplantes de células e órgãos em humanos. O projeto ocorre em parceira com a empresa de biotecnologia americana eGenesis. A equipe que liderou a pesquisa de xenotransplantes – entre espécies diferentes – informou em um… Read More
Notícias Monja Coen: saiba quais são os principais sinais do câncer de pele 28 de março de 2024 A líder religiosa budista Monja Coen revelou em suas redes sociais que foi diagnosticada com um câncer de pele. Em um vídeo publicado em seu Instagram, a religiosa falou sobre o processo de quimioterapia localizada que está fazendo com o auxílio de uma pomada. “Fica feinho mesmo. Estou fazendo uma… Read More
Sucesso! Saiba como Paraíba e Amapá baterem metas de vacinação 25 de setembro de 2023 Florianópolis – Uma das maiores batalhas dos médicos infectologistas e pediatras brasileiros é fazer com que o país volte a alcançar as metas de cobertura vacinal, em queda desde 2015. Coordenado pela Bio-Manguinhos/Fiocruz, o Projeto pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV) é um exemplo de que isso é possível,… Read More