Novo exame de sangue diagnostica Alzheimer e mede extensão da demência Ouvir 31 de março de 2025 A ciência está avançando no desenvolvimento de ferramentas para detectar o Alzheimer, mas nenhuma tinha mostrado resultados tão precisos quanto um novo teste sanguíneo divulgado nesta segunda-feira (31/1), na revista Nature Medicine. O exame de sangue proposto pelos pesquisadores das universidades de Washington, nos Estados Unidos, e de Lund, na Suécia, não apenas diagnostica a doença, mas também mede o estágio da progressão da demência. O teste analisa uma proteína específica no sangue e pode indicar o grau de comprometimento cognitivo, algo que nem os exames mais modernos atuais fazem. Leia também Saúde Medicamento experimental tem bom resultado na prevenção do Alzheimer Saúde Composto do alecrim pode auxiliar no combate ao Alzheimer, diz estudo Saúde Exercícios aeróbicos podem proteger contra o Alzheimer, indica estudo Saúde Mulher com síndrome de Down tinha Alzheimer sem demência. Entenda caso Os autores do estudo acreditam que a nova ferramenta pode orientar médicos na escolha do tratamento mais adequado, uma vez que as terapias para reduzir o declínio cognitivo são mais eficazes nos estágios iniciais da doença. Além disso, o exame diferencia o Alzheimer de outras causas de demência, eliminando dúvidas diagnósticas. Os estágios do Alzheimer O Alzheimer costuma evoluir de forma lenta, mas é progressiva e não tem cura. A partir do diagnóstico, segundo o Ministério da Saúde, a sobrevida média das pessoas acometidas pela doença oscila entre oito e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios. São eles: Estágio 1 (forma inicial): nesta fase, observa-se pequenas alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. Desorientação espacial costuma ser um dos primeiros sinais. Estágio 2 (forma moderada): com o progresso da doença, começam a aparecer dificuldades para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia também estão presentes. A maioria dos diagnósticos ocorre neste estágio. Estágio 3 (forma grave): o comprometimento causado pela doença leva resistência à execução de tarefas diárias e irritabilidade. Aparece uma deficiência motora progressiva que causa, por exemplo, incontinência urinária e fecal. Pacientes também enfrentam dificuldade para comer. Estágio 4 (terminal): no último estágio, os pacientes já não caminham ou falam. Apresentam dor ao engolir e são propensos a ter infecções intercorrentes. Proteína no sangue revela danos do Alzheimer O estudo focou na proteína MTBR-tau243, cujos níveis no sangue refletem a quantidade de emaranhados de tau no cérebro. Os emaranhados de tau são uma das principais causas do Alzheimer: essas proteínas mal-formadas se acumulam e se tornam tóxicas para o cérebro. Ao analisar amostras de 108 voluntários nos EUA e 55 na Suécia, os pesquisadores constataram que a técnica identificou com 92% de precisão a presença e a gravidade dos danos. Pacientes com declínio cognitivo leve apresentaram níveis elevados da proteína, enquanto aqueles com demência avançada tiveram concentrações até 200 vezes maiores do que uma pessoa saudável. O teste também distinguiu casos de Alzheimer de outras formas de demência, como aquelas causadas por doenças vasculares ou degeneração frontotemporal. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images 2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images 3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images 4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images 5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images 6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images 7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images 8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Alternativa acessível a exames complexos Atualmente, o método padrão para avaliar Alzheimer é a tomografia por emissão de pósitrons (PET), que detecta placas amiloides e emaranhados de tau no cérebro. Apesar da precisão, o exame é caro, demorado e pouco acessível. “Um teste sanguíneo para tau como este pode ser crucial na prática clínica para popularizar o diagnóstico”, disse o neurologista Randall Bateman, um dos coautores do estudo, em comunicado à imprensa. A equipe já havia desenvolvido exames de sangue para as placas de proteína amiloide, usados hoje por médicos. Agora, a adição da análise de tau permite um panorama mais completo e até uma forma mais precisa de medir a demência. A tecnologia foi licenciada para a C2N Diagnostics, empresa que comercializa os testes de sangue anteriores. Futuro com tratamento personalizado Com terapias recentes aprovadas pela FDA e outras em desenvolvimento, a capacidade de identificar o estágio da doença se torna essencial. “Estamos entrando na era da medicina personalizada para Alzheimer”, afirmou o neurologista Kanta Horie, coautor do estudo. “Exames como este permitirão ajustar tratamentos conforme a progressão”. Para estágios iniciais, drogas anti-amiloides podem ser mais eficazes, enquanto em fases avançadas, terapias direcionadas à tau ganham relevância. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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