Teste do cordão umbilical previne problemas no recém-nascido. Entenda Ouvir 29 de março de 2025 *O artigo foi escrito pelas professoras Tiia-Marie Sundberg e Mehreen Zaigham, ambas da Universidade de Lund, na Suécia, e publicado na plataforma The Conversation Brasil. O nascimento é um dos momentos mais críticos na vida de uma pessoa. Durante este momento, o bebê deixa de receber oxigênio pelo cordão umbilical e passa a respirar por conta própria. Na maioria das vezes, essa transição ocorre sem problemas, mas quando algo dá errado, as consequências podem ser devastadoras. Estudamos mais de 35 mil bebês nascidos na Suécia entre 1997 e 2012, acompanhando seus prontuários de saúde por até 20 anos. Descobrimos que os bebês com pH do cordão umbilical abaixo de 7,05 (sugerindo que não receberam oxigênio suficiente durante o parto) enfrentaram um risco maior de morte e deficiências nas duas primeiras décadas de vida. Leia também Celebridades Viih Tube revela quantos quilos perdeu após parto do filho Brasil Vídeo. Médico morre enquanto fazia um parto na Bahia Saúde Exercícios reduzem sintomas de ansiedade e depressão após o parto Brasil Homem é preso por não ajudar companheira durante o parto Se a privação de oxigênio (conhecida como “acidemia neonatal”) durar muito tempo, ela pode causar danos duradouros ao cérebro e a outros órgãos – e até mesmo a morte. Em todo o mundo, mais de um milhão de bebês morrem a cada ano devido à privação de oxigênio no nascimento. Como é feito o teste do cordão umbilical? Um teste simples e indolor – a amostragem do sangue do cordão umbilical – pode verificar os níveis de ácido (pH) para revelar como o bebê lidou com o nascimento. Um pH baixo no cordão umbilical indica uma escassez significativa de oxigênio durante o nascimento, o que pode levar a uma série de complicações. No entanto, em todo o mundo, os médicos não chegam a um acordo sobre qual valor de pH do cordão umbilical é considerado anormal. Em países como a Suécia e a Noruega, um pH do cordão umbilical inferior a 7,05 é geralmente considerado anormal, refletindo uma abordagem mais cautelosa, enquanto outros países podem definir o limite de pH em 7,00 ou menos para desencadear uma intervenção médica adicional. Essas diferenças nas diretrizes podem afetar profundamente o momento das intervenções e o tratamento de recém-nascidos que sofrem de acidemia ao nascer. Em nosso estudo, o risco de paralisia cerebral (um distúrbio que afeta os movimentos e a coordenação) foi quatro vezes maior em bebês nascidos com pH do cordão umbilical abaixo de 7,05 em comparação com bebês nascidos com pH do cordão umbilical acima de 7,05. Da mesma forma, a epilepsia (uma condição neurológica que causa convulsões) foi quase duas vezes mais provável em bebês nascidos com um pH do cordão umbilical de 7,05. O risco de deficiências intelectuais também foi mais comum, mas somente quando o pH do cordão umbilical era mais baixo (pH 6,95). Nosso estudo estabeleceu uma conexão clara entre acidemia no nascimento e problemas neurológicos de longo prazo. E quanto menor o pH do cordão umbilical, maior o risco. O cérebro é altamente sensível à flutuação dos níveis de oxigênio no sangue. Os neurônios, as principais células de comunicação do cérebro, são particularmente vulneráveis. Se privadas de oxigênio, estas células podem sofrer danos ou morrer, afetando os movimentos, a memória e a função cognitiva. As áreas cerebrais normalmente afetadas incluem o córtex motor, que controla o movimento e está ligado à paralisia cerebral; o hipocampo, essencial para a memória e o aprendizado; e os gânglios basais, que regulam o movimento e podem ser danificados em bebês com privação de oxigênio. Tratamento rápido pode evitar problemas por toda vida Se houver suspeita de falta de oxigênio em um recém-nascido, a equipe de saúde pode coletar amostras do pH do cordão umbilical imediatamente. Em minutos, eles podem diagnosticar se o pH do cordão umbilical do bebê está anormal, permitindo uma intervenção médica oportuna que pode salvar o bebê de danos cerebrais de longo prazo e até mesmo da morte. A hipotermia terapêutica, ou terapia de resfriamento, tem se mostrado promissora na redução de danos cerebrais quando aplicada durante as primeiras horas após o nascimento. O resfriamento do bebê ajuda a desacelerar o metabolismo do cérebro, dando-lhe tempo para se recuperar. A equipe médica geralmente resfria o bebê a cerca de 33,5°C por aproximadamente 72 horas antes de aquecê-lo novamente de forma gradual. Pesquisadores continuam a explorar novos tratamentos para proteger bebês de danos cerebrais de longo prazo. Reconhecer o efeito dos níveis de oxigênio no nascimento é uma necessidade médica, e um simples exame de sangue pode nos fornecer essa informação. A coleta de amostras do pH do cordão umbilical deve ser uma rotina em todas as maternidades, pois esse exame fornece um retrato da saúde do bebê ao nascer. Ao melhorar os cuidados com os recém-nascidos e as práticas médicas, podemos ajudar cada criança a ter a chance de uma vida melhor, livre de deficiências evitáveis. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
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