Exercícios aeróbicos podem reduzir risco de Alzheimer, mostra estudo Ouvir 18 de janeiro de 2025 Os exercícios aeróbicos são reconhecidos por oferecerem diversos benefícios à saúde, incluindo a prevenção de doenças cardíacas e pulmonares e o controle do peso. Um estudo publicado nessa quinta-feira (16/1), mostra evidências de que o cardio também é um poderoso aliado na luta contra o Alzheimer. Pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descobriram que a prática regular de exercícios aeróbicos pode reduzir significativamente os marcadores de doenças associadas ao Alzheimer. As evidências, publicadas na revista Brain Research, fornecem novas esperanças no estudo da doença. Leia também Saúde Metabolismo pode estar por trás da propensão de mulheres ao Alzheimer Saúde Veja qual medicamento para dormir pode aumentar risco de Alzheimer Saúde Exame é capaz de diagnosticar Alzheimer 10 anos antes dos sintomas Saúde Duas profissões podem ter menor risco de morte por Alzheimer. Entenda A partir de experimentos com roedores, os cientistas conseguiram avaliar o impacto do exercício aeróbico no hipocampo — a região do cérebro responsável pela memória e aprendizado. Eles observaram e mediram marcadores-chave do Alzheimer, como as placas amiloides, os emaranhados de proteína tau e o acúmulo de ferro em células produtoras de mielina (oligodendrócitos). Prevenção do Alzheimer com exercícios aeróbicos Os animais que completaram um programa estruturado de exercícios demonstraram melhorias importantes nos marcadores relacionados à doença, incluindo: Reduções significativas nos emaranhados de tau (cerca de 63%), de placas amiloides (cerca de 76%) e do acúmulo de ferro (reduzido em cerca de 58%). Melhoria na saúde das células cerebrais, incluindo aumento no número de oligodendrócitos protetores; Redução da morte celular; Redução de 55% a 68% da inflamação cerebral; Melhoria da comunicação entre as células cerebrais, restaurando o equilíbrio crítico na função do cérebro à medida que envelhece. 8 imagens Fechar modal. 1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images 2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images 3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images 4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images 5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images 6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images 7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images 8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images Os autores do estudo ressaltam que integrar a prática regular de exercícios aeróbicos à vida pode desempenhar um papel crucial em retardar ou prevenir a progressão do Alzheimer. “O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva sem cura conhecida, afetando milhões em todo o mundo. Embora o exercício físico seja conhecido por reduzir o declínio cognitivo, os mecanismos celulares por trás dos efeitos neuroprotetores permaneceram elusivos — até agora. Esta pesquisa destaca o potencial do cardio em estratégias preventivas contra o Alzheimer”, afirma o professor da Universidade de Bristol, Augusto Coppi, em comunicado. Na próxima etapa do estudo, os pesquisadores esperam confirmar os efeitos protetores dos exercícios em humanos. Eles também investigarão medicamentos que visam o metabolismo do ferro e a morte celular como potenciais abordagens terapêuticas para Alzheimer. 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