Sorotipo 3 da dengue volta a circular no Brasil após 17 anos. Entenda Ouvir 19 de janeiro de 2025 O sorotipo 3 da dengue voltou a circular no país de forma mais expressiva após 17 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, as quatro variações da doença foram identificadas no Brasil em 2024, mas 40,8% dos casos registrados em dezembro estão relacionados ao sorotipo 3. A maior prevalência no ano inteiro ainda foi do tipo 1, relacionado a 73,4% dos casos. A última vez que o sorotipo 3 circulou de forma predominante foi em 2008. A maioria dos pacientes infectados com a cepa está concentrada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. O cenário preocupa especialistas porque grande parte da população não possui imunidade contra o sorotipo e se encontra mais vulnerável à infecção. O infectologista Antônio Bandeira, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e assessor técnico do Laboratório Central do Estado da Bahia, explica que a circulação do sorotipo 3 é preocupante. “A qualquer momento pode acontecer um surto de grandes proporções porque a população não está imunizada”, aponta. 11 imagens Fechar modal. 1 de 11 A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte Joao Paulo Burini/Getty Images 2 de 11 O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias Joao Paulo Burini/ Getty Images 3 de 11 A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos Joao Paulo Burini/ Getty Images 4 de 11 No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes Bloomberg Creative Photos/ Getty Images 5 de 11 Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos Guido Mieth/ Getty Images 6 de 11 No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte Peter Bannan/ Getty Images 7 de 11 Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images 8 de 11 Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão Image Source/ Getty Images 9 de 11 Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada Getty Images 10 de 11 Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona, para aliviar os sintomas Guido Mieth/ Getty Images 11 de 11 Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas Getty Images Imunidade à dengue Os meses do verão são historicamente os com mais de casos de dengue pela combinação entre temperaturas elevadas e o maior volume de chuva. O ano de 2024 foi um dos mais críticos, com 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença. Outros 908 óbitos continuam em investigação. O volume de casos conferiu à população a imunidade temporária à doença. Os médicos explicam que a pessoa que tem dengue desenvolve imunidade contra o sorotipo específico que causou a infecção pelo resto da vida e contra os demais tipos por um período curto, que varia de seis a oito meses. “Se a pessoa for exposta a algum subtipo poucos meses depois da infecção, pode ser que ela tenha alguma imunidade parcial e não desenvolva doença. Mas depois de passado esse período curto, ela pode sim ser infectada por outros subtipos”, explica o infectologista André Bon, do Hospital Brasília, da rede Dasa. A segunda infecção, independente do sorotipo causador, aumenta o risco do paciente desenvolver a forma grave da doença. “Não quer dizer que os outros episódios não possam ser graves: podem, mas o pior de todos é geralmente o segundo”, afirma Bandeira. Sintomas Os quatro sorotipos da dengue levam o paciente aos mesmos sintomas: febre (39°C a 40°C) de início repentino, dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos. 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