Associação entre SASP e Aterosclerose: Compostos para Modulação Ouvir 22 de agosto de 202323 de agosto de 2023 Como já bem relato na literatura científica, a aterosclerose é uma doença inflamatória crônica das paredes dos vasos sanguíneos é a principal causa potencial de doenças cardiovasculares (DCV). É conhecido que existem muitos fatores de risco diferentes para a aterosclerose, como pressão alta, alterações no colesterol, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), diabetes e inflamação crônica [1]. Ao mesmo tempo, aumentam as evidências que o envelhecimento é uma das maiores causas de risco para a aterosclerose. Dessa forma, regular mecanismos básicos associados ao envelhecimento pode ser viável para desacelerar o desenvolvimento de doenças relacionadas à idade. Um dos mecanismos é a senescência celular, que pode levar à inflamação crônica através do fenótipo secretor associado à senescência (SASP) [2]. Como já vimos, o SASP contribui para a secreção de citocinas e quimiocinas inflamatórias que induzem inflamação local e sistêmica, ativação do sistema imunológico, dano tecidual e fibrose, além de apoptose e disfunção. Em adição, uma variedade de moléculas envolvidas no SASP pode servir como promotoras e biomarcadores de doenças cardiovasculares, incluindo aterosclerose. Nesse sentido, placas ateroscleróticas apresentam css. A senescência celular e a aterosclerose têm múltiplos estímulos etiológicos comuns, mas as css não são simples espectadoras [2,3]. Css de placas ateroscleróticas não se proliferam, superexpressam p21, p56 e p16, essas são vias metabólicas que interrompem o ciclo celular em G1 e G2 e promovem a produção de citocinas inflamatórias. Além de induzirem a inibição do crescimento celular e apoptose, essas vias modulam a senescência e o envelhecimento do organismo [4]. Essas células também podem estabelecer SASP que aumenta a secreção de várias citocinas, quimiocinas inflamatórias e proteases de degradação de matriz [5]. O SASP pode exercer muitos efeitos pró-ateroscleróticos, que envolvem remodelação vascular, formação de placa e ruptura. Existem evidências que as artérias ricas em placas contêm vários componentes típicos de SASP, incluindo metaloproteínases de matriz e múltiplos fatores inflamatórios [3] Mediadores inflamatórios como IL-6 e 1L-1β operam como marcadores prognóstico para aterosclerose [6]. Dessa forma, sendo fonte de inflamação crônica e de longo prazo, causando instabilidade da placa e contribuindo gradualmente para a patogênese da aterosclerose em comparação às respostas agudas [3]. O mecanismo proposto entre a formação de placas ateroscleróticas e SASP é: as css do endotélio expressam juntamente com o SASP moléculas de adesão incluindo molécula de adesão celular vascular 1 (VCAM-1), molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1) e inibidor do ativador do plasminogênio-1 (PAI-1), além de citocinas inflamatórias, recrutando os monócitos. Estes invadem o espaço subendotelial, absorvem LDL-oxidado e convertem-se em células espumosas. Ambas, células espumosas e css do endotélio aumentam SASP o que leva ao recrutamento de células imunes e formação de placas ateroscleróticas [7,8]. Css endoteliais juntamente com o SASP podem ativar PAI-1, diminuindo a atividade fibrinolítica e levando a trombose [9]. Figura 1. Iniciação da aterosclerose. O LDL infiltra-se na parede arterial e sofre modificações por processos oxidativos e reações enzimáticas. As partículas de LDL modificadas induzem a expressão das moléculas de adesão de leucócitos VCAM-1 e ICAM-1. Os monócitos migram na parede e se diferenciam em macrófagos, que evoluem para células espumosas após absorverem grandes quantidades de LDL oxidada. As células T tornam-se ativadas durante esse período e produzem mediadores como IFN-γ que amplifica ainda mais a resposta inflamatória e contribuem para a gênese da aterosclerose [8]. Nesse sentido, o consumo de compostos bioativos tem demonstrado efeito positivo na função endotelial, cujo comprometimento é um dos fatores principais fatores responsáveis pela aterosclerose [10]. Foi demonstrado que a alta ingestão desses compostos (significativamente maior em que dietas habituais) aumenta a dilatação mediada pelo fluxo (DMF), medida que avalia a função endotelial. O mecanismo responsável pela melhora da DMF baseia-se no aumento da atividade da óxido nítrico sintase, de acordo com estudos in vitro [11] e em humanos [12]. Principalmente os compostos fenólicos, que exercem benefícios nas funções vascular e endotelial através de vários mecanismos tais como inibição do estresse oxidativo, pela prevenção da expressão de enzimas pró-oxidantes como NADPH oxidase e ciclooxigenases, além de diminuir a expressão de fatores pró-inflamatórios, associados ao SASP [10]. Por exemplo, o trans-resveratrol foi capaz de diminuir a expressão de citocinas inflamatórias em células mononucleares do sangue como TNF-α, interleucina 1-β, interleucina-8 e quimiocinas, além de atenuar a concentração de IL-6 no soro de indivíduos suplementados com extrato rico em resveratrol [13] . A suplementação de curcuminóides também demonstrou efeito positivo no aumento do sistema antioxidante de defesa e diminuição de malondialdeído plasmático, indicando redução do estresse oxidativo, associado ao aumento da produção de fatores pró-inflamatórios e SASP. Além disso, metanálise de estudos clínicos também demonstrou redução na proteína C reativa, associada ao estado inflamatório [14]. Dessa forma, os polifenóis representam agentes promissores na prevenção da aterosclerose. As propriedades anti-inflamatórias desses compostos são extremamente conectadas com a modulação do estresse oxidativo e na manutenção da homeostase redox celular [10]. Referências: [1] Saigusa R, Winkels H, Ley K. T cell subsets and functions in atherosclerosis. Nat Rev Cardiol 2020;17:387–401. https://doi.org/10.1038/s41569-020-0352-5. [2] Pham LM, Kim EC, Ou W, Phung CD, Nguyen TT, Pham TT, et al. Targeting and clearance of senescent foamy macrophages and senescent endothelial cells by antibody-functionalized mesoporous silica nanoparticles for alleviating aorta atherosclerosis. Biomaterials 2021;269. https://doi.org/10.1016/j.biomaterials.2021.120677. [3] Moindrot B, Cerase A, Coker H, Masui O, Grijzenhout A, Pintacuda G, et al. 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[13] Tomé-Carneiro J, Larrosa M, Yáñez-Gascón MJ, Dávalos A, Gil-Zamorano J, Gonzálvez M, et al. One-year supplementation with a grape extract containing resveratrol modulates inflammatory-related microRNAs and cytokines expression in peripheral blood mononuclear cells of type 2 diabetes and hypertensive patients with coronary artery disease. Pharmacol Res 2013;72:69–82. https://doi.org/10.1016/j.phrs.2013.03.011. [14] Panahi Y, Hosseini MS, Khalili N, Naimi E, Majeed M, Sahebkar A. Antioxidant and anti-inflammatory effects of curcuminoid-piperine combination in subjects with metabolic syndrome: A randomized controlled trial and an updated meta-analysis. Clinical Nutrition 2015;34:1101–8. https://doi.org/10.1016/j.clnu.2014.12.019. O post Associação entre SASP e Aterosclerose: Compostos para Modulação apareceu primeiro em Blog Nutrify. Nutrição
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