Câncer precoce: diagnóstico abaixo dos 50 aumentou 79% em 30 anos Ouvir 6 de setembro de 2023 Os diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 79% em todo o mundo nas últimas três décadas (1990-2019). A informação foi revelada em pesquisa publicada na terça-feira (5/9) na revista científica BMJ Oncology. Em 2019, os novos casos de câncer entre pessoas com menos de 50 anos totalizaram 1,82 milhões – aumento de 79% em relação a 1990, quando foram registrados cerca de 1 milhão de casos de tumores em indivíduos na faixa etária. Leia também Saúde Técnica usa mesma molécula para diagnosticar e tratar câncer Saúde Mulher que fumava desde os 8 anos larga cigarro após descobrir câncer Saúde Câncer de mama: saiba quais são os subtipos de tumores Fábia Oliveira Preta Gil está em remissão do câncer, diz site O câncer da mama foi responsável pelo maior número de casos e mortes precoces, com 13,7 diagnósticos e 3,5 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas. Mas os tumores da traqueia (nasofaringe) e da próstata foram os que aumentaram mais rapidamente desde 1990. “São urgentemente necessárias medidas de prevenção e deteção precoce, juntamente com a identificação de estratégias de tratamento ideais para cancros de início precoce, que devem incluir uma abordagem ampla das necessidades únicas de cuidados de suporte dos pacientes mais jovens”, afirmou a equipe de editores em texto de apresentação do material. Como foi feita a pesquisa? Para realizar o mapeamento global, os pesquisadores usaram dados sobre diagnósticos de câncer realizados em 204 países nas útlimas três décadas. Eles analisaram a incidência (novos casos), a taxa de mortes e a média de anos de vida depois do diagnóstico de pacientes com idades compreendidas entre os 14 e os 49 anos. Os cânceres que causaram o maior número de mortes e mais comprometeram a saúde de adultos jovens foram os de mama, traqueia, pulmão, intestino e estômago. No outro extremo do espectro, o câncer do fígado de início precoce caiu cerca de 2,8% anualmente. 3 Cards_Galeria_de_Fotos (1) Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil Science Photo Library – STEVE GSCHMEISSNER, Getty Images ***foto-pessoa-sendo-examinada-por-suspeita-de-cancer-de-pele Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia miriam-doerr/istock ***foto-mulher-sem-blusa-com-simbolo-contra-o-cancer-de-mama O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images ***foto-pessoa-segurando-simbolo-representando-luta-contra-cancer-de-prostata Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença Getty Images ***foto-mulher-segurando-garganta Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso getty images ***especial-cancer-no-pulmao.jpg O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia BSIP / getty images ***foto-oferecendo-cigarro-e-outro-negando No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia iStock ***foto-homem-deitado-com-parte-do-tronco-vermelho.jpg O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante Smith Collection/Gado/ Getty Images ***Desenho-útero-com-focos-do-cancer-no-colo-do-útero O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia Science Photo Library/GettyImages ***foto-dentista-consultanso-boca-paciente O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia Pexels Voltar Progredir 0 Mortes precoces por câncer também em alta Cerca de 1,06 milhão de pessoas com menos de 50 anos morreram de câncer em 2019, um aumento de 28% em relação aos números de 1990. Embora as mortes tenham subido, proporcionalmente as taxas são menores do que era registrado há três décadas, o que representa os avanços no tratamento. Os pesquisadores estimam que, até 2024, as mortes vão crescer cerca de 21%, afetando especialmente aqueles na faixa dos 40 anos. O que justifica o aumento? Para os investigadores, embora fatores genéticos tenham peso, os hábitos modernos são responsáveis pelo crescimento observado. Segundo eles, o conjunto de fatores que levou ao crescimento de diagnósticos foi: Dietas ricas em carne vermelha e sal e pobres em frutas e leite; Consumo frequente de álcool; Consumo de tabaco; Falta de atividade física; Excesso de peso e níveis elevados de açúcar no sangue. Os médicos acrescentam que novas pesquisas também relacionam o uso de antibióticos, a qualidade do microbioma intestinal e a exposição à poluição do ar como possíveis causas do aumento de casos. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Notícias
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