“Fomos presenteados com uma joia”, diz mãe de menina com doença rara Ouvir 29 de fevereiro de 2024 Um dos primeiros e principais desafios para os pais de crianças com doenças raras é conseguir chegar a um diagnóstico. Apesar do avanço da medicina, muitas condições ainda são confundidas por causa dos sintomas imprecisos ou falta de conhecimento. A família de Larissa Bezerra de Souza, 12 anos, demorou dois anos até descobrir o que levou a menina a desaprender a falar, a perder o controle do uso das mãos e do foco visual em seus primeiros anos de vida. “Foram dois anos exaustivos. Iniciamos a busca por um diagnóstico, fomos encaminhados para endocrinologista, neurologista, geneticista e iniciamos a estimulação precoce para prevenir mais perdas até a realização de um exame específico, que fechou o diagnóstico para síndrome de Rett”, conta a mãe Lidianne Bezerra, 38 anos. Elas vivem em Planaltina, no Distrito Federal. A agente comunitário de saúde lembra que a filha nasceu saudável, de uma gestação sem intercorrências, e mostrou todos os marcos de desenvolvimento no tempo certo. Mas, aos 14 meses, começou a apresentar uma regressão no desenvolvimento. “Como ela não anda e não fala, as maiores limitações são na mobilidade e na comunicação. Ela não conseguir dizer o que está sentindo e não ter acessibilidade nos lugares são dificuldades diárias que enfrentamos”, considera a mãe da menina. Larissa Bezerra de Souza 06 Lidianne Bezerra e Larissa Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Larissa Bezerra de Souza 03 Larissa foi diagnosticada com síndrome de Rett aos 3 anos Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Larissa Bezerra de Souza 02 A menina desaprendeu a andar e falar Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Larissa Bezerra de Souza 04 A criança tem uma rotina de cuidados Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Larissa Bezerra de Souza 07 Larissa é cercada de muito amor Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Larissa Bezerra de Souza 05 Lidianne Bezerra/ Imagem cedida ao Metrópoles Voltar Progredir 0 Síndrome de Rett A síndrome de Rett é uma doença neurológica rara, provocada por uma mutação genética que se desenvolve principalmente em meninas. O mais comum é que ela seja diagnosticada apenas após os 18 meses de vida da criança, pois até esse momento o desenvolvimento da criança costuma ocorrer de maneira normal. “A principal característica é a perda de habilidades adquiridas. A criança apresenta uma regressão e não apresenta novos marcos de desenvolvimento. É muito comum que tenha movimentos estereotipados – como bater ou balançar as mãos repetidamente –, além de dificuldades para realizar os movimentos e para falar”, explica o pediatra Thallys Ramalho, coordenador da pediatria do Hospital Santa Helena. À medida que os anos passam, o crescimento do paciente desacelera e ele perde o controle do tronco, ficando molinho. Entre os dois e os quatro anos de idade, ele costuma apresentar distúrbios respiratórios e do sono. Diagnósticos de escoliose e rigidez muscular também são comuns. Tratamento Ainda não existe uma medicação desenvolvida especialmente para tratar a síndrome de Rett. O tratamento para a doença é feito com uso de remédios para o controle de crises convulsivas, além de mudanças na alimentação e no acompanhamento multidisciplinar. “Se feito corretamente, o tratamento pode ajudar a aumentar a qualidade de vida do paciente”, explica o pediatra Thallys Ramalho. Larissa faz acompanhamento no Centro de Referência de Doenças Raras, localizado no Hospital de Apoio e no Hospital da Criança. A rotina da menina conta com terapias e consultas em diversas especialidades médicas. “O acompanhamento é fundamental para que os pacientes da síndrome de Rett fiquem bem, se sintam inseridos, superem as dificuldades que as doenças raras trazem. Poder oferecer a eles tudo que precisam é um desafio diário”, afirma Lidianne. A mãe considera a falta de profissionais capacitados para atender pessoas com doenças raras como a maior dificuldade que a família enfrenta. “Muitas vezes, temos que explicar a síndrome dos nossos filhos para que o profissional busque informações. Se houvesse políticas públicas voltadas para as nossas família, o sistema de saúde estaria preparado para nos atender. A nossa luta por direitos é diária”, desabafa. Lidianne, entretanto, não perde as esperanças e celebra todos os dias a vida da filha. “Vivemos milagres diários, somos rodeados de muito amor, alegria e gratidão a Deus, que nos presenteou com nossa joia rara. Larissa ama viver e sempre está sorrindo. É uma criança que mesmo sem conseguir dizer uma só palavra, nos transmite ensinamentos muito profundos”, afirma. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Notícias
Notícias O que é Polissonografia e como ela é feita? 30 de março de 2024 A Polissonografia é um procedimento médico fundamental para o diagnóstico de distúrbios do sono, fornecendo insights valiosos sobre a qualidade e os padrões do sono de um paciente e de sua saúde. Vamos explorar em profundidade o que é a Polissonografia, porque é realizada, como é feita e o que… Read More
Notícias Sistema imune se degrada mais cedo do que se imaginava, diz estudo 26 de agosto de 2024 Um estudo publicado na revista científica Nature Immunology em 7 de agosto revelou que as defesas do sistema imunológico do organismo se degradam mais rapidamente do que se imaginava. Os médicos australianos que chefiaram o estudo conseguiram provar pela primeira vez que os mesmos marcadores que levam ao envelhecimento do… Read More
“Um mergulho errado me deixou tetraplégico”, conta atleta paralímpico 28 de janeiro de 2024 Aquilo que era para ser apenas um mergulho divertido tornou o psicólogo Lucas Junqueira cadeirante aos 21 anos. Atualmente, aos 36, ele é atleta paralímpico da seleção brasileira de rugby. O acidente ocorreu em 2009 na praia de Ponta Negra, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Junqueira conta que… Read More